A adesão à greve dos médicos que ocorreu no início deste mês situou-se entre os 21% e os 32%, segundo dados oficiais agora revelados pelo Ministério da Saúde.
Nos dias da greve, a 8 e 9 de julho, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que convocou a paralisação, chegou a referir uma adesão na ordem dos 90%.
De acordo com a nota enviada à agência Lusa pelo Ministério da Saúde, citando dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público, no universo de todos os médicos abrangidos pelo pré-aviso de greve, a paralisação teve uma adesão de 21,25%, no conjunto dos dois dias.
Já considerando apenas o universo público, do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a adesão foi de 32,55%.
Segundo as contas do Governo, no primeiro dia fizeram greve 8.458 médicos e, no segundo dia, com menor adesão, 8.038.
“Não houve notícia de qualquer participação na paralisação por parte dos médicos em exercício de funções em hospitais, clínicas ou consultórios privados ou do setor social. Isto significa que os profissionais dos setores privados e social, muito embora instados a aderir à greve pelo pré-aviso, não o fizeram”, refere o comunicado.
Este argumento, de que a greve só afeta os doentes do setor público, já tinha sido usado e repetido pelo Ministério de Paulo Macedo nos dias que antecederam a greve de 8 e 9 de julho, convocada para manifestar indignação contra algumas medidas que os clínicos consideram ameaçar o SNS.
No primeiro dia de greve, o Ministério emitiu comunicado em que se escusava a dar informação sobre a adesão à greve, lembrando que “os únicos dados rigorosos sobre a participação na paralisação são os que resultam do processamento salarial deste mês”, entretanto efetuado.
Tratou-se da segunda greve que Paulo Macedo enfrentou, com a anterior a ter decorrido há dois anos. Tal como na altura, este mês também houve uma concentração de médicos, vestidos de batas brancas, junto ao Ministério da Saúde.