A organização do Doclisboa — Festival Internacional de Cinema anunciou esta segunda feira que serão exibidas este ano retrospetivas do realizador holandês Johan Van Der Keuken, do neorrealismo e novos realismos, entre 16 e 26 de outubro, em Lisboa e Almada.
Numa conferência de imprensa realizada no Cinema São Jorge, em Lisboa, a direção do festival, composta por Cíntia Gil e Augusto M. Seabra, apresentou a programação do certame e o alargamento a novos espaços de exibição.
Nesta 12.ª edição, o festival continuará a estar presente na Culturgest, no Cinema São Jorge, na Cinemateca e no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada, e contará com dois novos espaços de exibição: o Cinema Ideal, situado junto ao Largo de Camões, ao Bairro Alto, com abertura prevista para agosto, e o Cinema City Campo Pequeno.
O objetivo da organização em levar o certame a estes espaços, em Lisboa, é dinamizar ainda mais a relação de programação entre o público das várias salas, e evidenciar a presença do DocLisboa na capital.
“Sabemos hoje que o DocLisboa tem públicos profundamente diferentes e queremos conhecer essa geografia. Não nos interessa criar nichos, mas que o público entenda que há diferenças entre as salas e diálogos entre elas”, disse à agência Lusa Cíntia Gil, contactada pela agência Lusa.
Este ano, no festival, estará em foco o cineasta holandês Johan Van Der Keuken (1938-2001), com uma retrospetiva inteiramente dedicada ao seu trabalho, considerado de referência na história do documentário.
Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, o realizador nascido em Amsterdão criou 55 documentários, seis deles premiados, e também escreveu nove livros sobre filmes e fotografia, outra das áreas da sua eleição.
Na programação foram incluídos filmes como “Amsterdam Global Village” (1996) e a trilogia “Norte-Sul”, constituída por “Diary” (1972), “The White Castle” (1973) e “The New Ice Age” (1974).
Esta retrospetiva de Johan Van Der Keuken será exibida em parceria com a Cinemateca — Museu do Cinema.
Outra retrospetiva que estará em destaque na programação será “Neorrealismo e Novos Realismos”, que a direção considera “uma viagem que começa no neorrealismo italiano e termina na contemporaneidade: uma viagem geográfica, política e social, em que o lugar do cineasta e os códigos do cinema são questionados pelos diferentes presentes e lugares”.
“L’Amore in Città”, uma antologia de seis filmes realizados por Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Carlo Lizzani, Dino Risi, Alberto Lattuada e Francesco Maselli e Cesare Zavattini, integra uma das sessões desta retrospetiva temática.
Na programação, mantêm-se as secções do festival: competições portuguesa e internacional, “Investigações”, “Riscos”, “Heart Beat”, “Cinema de Urgência”, “Verdes Anos”, “Passagens” e a secção Doc Alliance apresentada pela primeira vez na edição de 2013.
Relativamente aos parceiros, este ano, o certame dedicado ao documentário conta com o Museu da Eletricidade — Fundação EDP, como coprodutor da exposição integrada na secção “Passagens”.
A exposição intitula-se “Gente de Terceira Classe — Fotografia e Realismos”, é comissariada por Emília Tavares, e vai estar patente de 09 de outubro de 2014 a janeiro de 2015.
Na apresentação da 12.ª edição do Doclisboa estiveram ainda presentes, além dos diretores do festival, Manuel Veiga, diretor municipal da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, António Matos, vereador dos Serviços Municipais de Desenvolvimento Social, Informação e Relações Públicas da Câmara Municipal de Almada, Paulo Moutinho Neves, administrador da Liscont, patrocinador oficial do Doclisboa, e Miguel Lobo Antunes, administrador da Culturgest, entidade coprodutora do Festival.