Na próxima semana, entre os dias 4 e 6 de Agosto, Barack Obama vai receber na Casa Branca, em Washington, a primeira Cimeira dos Líderes Africanos nos EUA. No último dia do evento, Barack Obama vai dar um jantar para 50 pessoas. Mas podiam ser 54.
Trata-se do maior evento já organizado por um presidente americano com chefes de Estado africanos. “Não vejo os países e a população de África como um mundo aparte; vejo África como uma parte fundamental do nosso mundo interligado – parceiros com a América a favor do futuro que nós queremos para as nossas crianças”, afirmou Barack Obama, há algumas semanas.
Teodoro Obiang, presidente da Guiné Equatorial, e os outros cinco líderes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) vão estar presentes. “O presidente Obama convidou todos os chefes de Estado africanos ou governos com boas relações com os Estados Unidos”, lê-se no comunicado da Casa Branca.
Quatro ficaram de fora: a Eritreia, país que está a ser alvo de sanções por parte das Nações Unidas e recusa estabelecer relações diplomáticas plenas com os EUA; a República Árabe Sahauri Democrática (RASD-Sahara Ocidental), por não ser reconhecida como país pelos EUA; o Sudão, por causa do seu presidente, Omar al-Bashir, estar incriminado pelo Tribunal Internacional de Justiça e os EUA considerarem o país um dos promotores do terrorismo mundial e, por sua vez, o Zimbabwe. O presidente Robert Mugabe está incluído na lista dos “Specially Designated Nationals” – indivíduos sujeitos a sanções diversas, nomeadamente económicas, interdição de acesso a contas, restrições de entrada e circulação nos EUA, etc.
Este encontro, que vai ter como tema “Investir na próxima geração”, pretende servir para estabelecer relações de “comércio e investimento” dos EUA em África e uma oportunidade discutir maneiras “de estimular o crescimento [económico], desbloquear problemas e criar um ambiente propício para a próxima geração.”
O Japão e a China já tinham promovido eventos semelhantes, onde os líderes africanos tiveram a oportunidade de ter encontros particulares de 20 minutos com o presidente do país promotor. Barack Obama, por sua vez, decidiu fugir ao protocolo: foi comunicado a todos os embaixadores que o presidente americano não vai ter reuniões privadas com nenhum dos chefes de estado africanos.
Obama optou por convida-los para um “diálogo interativo”: um jantar para cinquenta pessoas, no último dia da cimeira, na Casa Branca. E, quebrando o protocolo mais uma vez, já foi anunciado que não vai ser publicada nenhuma ata final da cimeira.