Luís Marques Mendes considerou este sábado que “a culpa não pode morrer solteira” no caso BES. O comentador falava no seu espaço de opinião semanal na SIC e disse que “era o que faltava” que ninguém fosse responsabilizado pelo colapso do Banco Espírito Santo. “A Justiça tem de agir com rigor, profundidade e eficácia. Custe o que custar. Doa a quem doer”, afirmou Marques Mendes, que não tem dúvidas: “Isto é um caso de Justiça. Há indícios de crime”.

Num comentário que foi quase exclusivamente ocupado pelo caso BES, GES e relacionados, Marques Mendes manifestou que “o Governo tem obrigação de fornecer todos os meios necessários” à investigação e sugeriu mesmo que, no estrangeiro, “já estava alguém detido”. Além disso, o comentador criticou aquilo a que chamou de “subserviência dos partidos a Ricardo Salgado”. “Não há uma palavra de crítica àqueles que arruinaram o banco?”, perguntou Mendes, que diz ter ficado chocado com a atitude de todos os partidos. E deixa o recado: “O país precisa de deputados que sejam firmes com os fortes. Os deputados deviam dar-se mais ao respeito”.

No entender de Luís Marques Mendes, a solução encontrada para o BES, com a separação entre o Novo Banco e o ‘BES mau’, foi a alternativa “mais correta”, havendo apenas um ponto em que aponta críticas a Carlos Costa: “Quando foi escolhido Vítor Bento [para a administração do BES], ele devia ter entrado imediatamente”, porque foi no espaço que decorreu entre a nomeação de Bento e a sua tomada de posse que se deram os problemas que levaram à extinção do banco, defendeu. De resto, o governador do Banco de Portugal foi “lúcido, corajoso e prudente”, disse Marques Mendes.

O comentador falou ainda da demissão de Henrique Granadeiro da administração da Portugal Telecom, empresa que emprestou 900 milhões de euros à RioForte, holding do Grupo Espírito Santo. “Todo o país esperava a demissão já há bastante tempo”, afirmou, acrescentando que “a PT tem de se deixar de arrogâncias e dar explicações” sobre esta “operação arriscadíssima”.

Marques Mendes teve ainda uma palavra para a greve dos pilotos da TAP, que “nenhum português de bom senso entende”, disse. Além disso, o comentador deixou críticas a Marinho e Pinto por ter anunciado que, daqui a um ano, abandonará o cargo de deputado europeu para o qual foi eleito em maio passado. “Ser eleito para um cargo é um direito mas também é um dever”, avisou.

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