O padre Miguel Pajares, infetado com o vírus Ébola, morreu esta terça-feira no hospital Carlos III, em Madrid, disseram fontes sanitárias à agência noticiosa espanhola EFE. O missionário de 75 anos estava a receber o tratamento experimental ZMapp, que tinha obtido bons resultados em doentes norte-americanos.

Miguel Pajares chegou na passada quinta-feira a Madrid, depois de ter sido repatriado da Libéria, onde contraiu a doença. O Ministério da Saúde espanhol  tinha dado autorização especial para a importação da Suíça do medicamento americano, graças a um acordo entre o laboratório que fabrica o medicamento, a Organização Mundial da Saúde e a ONG Médicos sem Fronteiras.

Só se avançou com o tratamento depois de o médico ter pedido autorização a Miguel Pajares mas, apesar de já estar a ser tratado há alguns dias, o missionário de 75 anos não resistiu à doença. De acordo com o El Pais, o corpo do missionário será “isolado e cremado”,  sem ser autopsiado para evitar a propagação da doença. O manejo post morten de um corpo infetado com Ébola proíbe a autópsia devido “à alta carga viral dos fluidos corporais” e deve ser realizado “por pessoal treinado”, não estando prevista qualquer preparação do cadáver, explicaram à agência noticiosa espanhola EFE fontes sanitárias.

Os norte-americanos Kent Brantly, de 33 anos, e Nancy Writebol, de 59, foram infetados com Ébola na Libéria e foram os primeiros humanos a receber o tratamento experimental ZMapp. Os resultados até ao momento são positivos. Tanto que os Estados Unidos autorizaram, esta segunda-feira, o envio do tratamento para a Libéria.

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A epidemia de febre hemorrágica Ébola, que afeta a região da África Ocidental, já fez mais de mil mortos, em 1.848 casos suspeitos, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde, atualizado na noite de segunda-feira.

Foram registados 11 novos casos e seis mortos na Guiné-Conacri, 45 novos casos e 29 mortos na Libéria, e 13 novos casos e 17 óbitos na Serra Leoa, não tendo sido registados novos casos ou vítimas mortais na Nigéria.

O vírus Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados. Não há vacina conhecida para a doença.