A candidata do Partido Socialista Brasileiro às próximas eleições presidenciais no Brasil, Marina Silva, que começou a campanha este sábado, não exclui alianças políticas e defende o diálogo com os outros partidos, para promover mudanças no país.

Para o primeiro ato público de campanha, Marina Silva escolheu uma caminhada pelo bairro popular e empobrecido de Casa Amarela, na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, governado durante anos pelo socialista Eduardo Campos, que, no dia 13, morreu num trágico acidente de avião, abrindo caminho à candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Lula da Silva.

No seu comício inaugural, Marina Silva vincou que não rejeita uma política de alianças, mas sim “alianças inadequadas”, garantindo estar disponível para governar com “homens e mulheres de bem” de todos os partidos. Marina Silva foi mesmo mais longe, dizendo acreditar que políticos como o ex-governador José Serra, do PSDB, a apoiariam no caso de ser eleita.

“Queremos e podemos unir o Brasil, mas, para isso, é preciso dialogar. Os grupos que estão há 20 anos no poder não conseguem dialogar”, disse a candidata, referindo-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), de Dilma Rousseff, atual presidente, e Lula da Silva (2003-2010), e ao Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e que agora apresenta o senador Aécio Neves como candidato.

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O Brasil, realçou Marina Silva, precisa de mais do que um “gerente”, nome utilizado pelo PT, na campanha para as presidenciais de 2010, para designar a atual presidente e de novo candidata, Dilma Rousseff. “O Brasil pode até precisar de um gerente, mas precisa mesmo é de quem tem visão estratégica”, frisou Marina Silva, apelando ao fim da “velha política que está a atrasar” o país.

O jornal brasileiro O Globo relatou que, à falta de tempo para refazer o material de campanha, muitos dos cartazes dispostos pelas ruas do bairro de Casa Amarela ainda tinham o nome de Marina Silva como vice, ao lado de Eduardo Campos. A intenção inicial de Marina Silva era formar o seu próprio partido para se candidatar às próximas presidenciais, mas não conseguiu reunir as 500 mil assinaturas necessárias, pelo que se filiou no PSB, que a designou vice-presidente da lista encabeçada por Eduardo Campos, cuja morte prematura acabou por a catapultar para a liderança.

A ex-senadora foi a terceira candidata mais votada nas eleições presidenciais de 2010, com quase 20 por cento dos votos, e inicia campanha para as eleições de outubro em segundo lugar nas sondagens, atrás de Dilma Rousseff.