A situação na Ucrânia arrisca ficar “fora de controlo” com um “confronto imediato” entre tropas russas e ucranianas, alertou o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, na abertura de uma reunião com os seus homólogos europeus, em Milão. “É preciso saber que a situação, que já é perigosa no leste da Ucrânia, tem uma nova dimensão”, advertiu o ministro, que deverá discutir com os demais participantes deste encontro qual será a reposta da União Europeia face ao agravamento da situação, decorrente do envio de tropas regulares russas para o leste da Ucrânia.

“Apesar das violações da fronteira, acreditamos que a situação não deve ficar fora de controlo. Por isso, é necessário colocar um fim se quisermos impedir um confronto militar imediato entre as forças russas e ucranianas”, acrescentou. Apelou à Rússia para deixar “a razão prevalecer”, “jogar as cartas na mesa”, negociando com Kiev um acordo político antes que seja tarde demais.

“Se a situação se prolongar, procurar soluções políticas vai se tornar cada vez mais e mais difícil (…) a Rússia tem uma responsabilidade ainda maior na contribuição para uma trégua, para que se possa continuar as conversações”, referiu. Para pressionar nesta direção, vários ministros apelaram ao reforço das sanções que visaram setores inteiros da economia russa no fim de julho.

“A curto prazo, nós devemos examinar as sanções adicionais”, a UE “não pode deixar de reagir diante desta escalada”, declarou o ministro dinamarquês Martin Lidegaard. Nenhuma decisão deverá ser tomada nesta reunião informal sobre as novas sanções, que divide os países sobre os custos que representariam para a economia europeia, que deverão ser aprovadas no sábado, em Bruxelas, pelos chefes de Estado e de Governo. Mas, “as sanções sozinhas não são suficientes”, porque o Presidente Vladimir “Putin está pronto para sacrificar a sua população”, declarou o ministro sueco Carl Bildt.

Em paralelo com a NATO, que hoje pela manhã teve uma reunião de urgência sobre a Ucrânia, em Bruxelas, a UE deve fornecer “todo o apoio possível, material e financeiro” a Kiev, sublinhou o ministro lituano, Linas Linkevicius.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR