A Eslováquia começou nesta terça-feira, pela primeira vez na sua história, a abastecer a Ucrânia de gás natural, através de um gasoduto que pode assegurar 14 por cento das necessidades do país vizinho. A Ucrânia está a tentar garantir novas fontes de gás para eliminar a total dependência da Rússia, país com o qual está atualmente em conflito.

O gasoduto, que une as localidades eslovaca Vojany e ucraniana Uzgorodov, tem uma capacidade anual de dez mil milhões de metros cúbicos por ano, segundo um comunicado da empresa proprietária e distribuidora. “Este volume estará disponível a partir do início de setembro, de forma intermitente, e a partir de 1 de março, de forma contante”, indicou a empresa Eustream.

A distribuidora, que investiu 21 milhões de euros em reativar o antigo gasoduto, adiantou ainda que a canalização de longa distância pode garantir o fornecimento até 2019. A fonte eslovaca pode satisfazer 14 por cento das necessidades anuais de consumo de gás na Ucrânia, que deverá complementar com fornecimentos de origem polaca e húngara.

Na sexta-feira, Moscovo alertou para o elevado risco de interrupções no fornecimento de gás russo para a Europa, devido à crescente tensão internacional no conflito que há meses opõe as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia no Leste da Ucrânia.

Em meados de junho, depois de um governo pró-Ocidente ter ascendido ao poder em Kiev, a Rússia cortou o fornecimento à Ucrânia. Para além disso, os dois países mantêm uma disputa sobre os preços que já gerou uma acumulação de dívida no valor de 5,3 mil milhões de dólares.

Moscovo já tem historial na utilização do preço do gás como arma política, tendo desligado o fornecimento de à Ucrânia por duas vezes, em 2006 e 2008, causando interrupções no fornecimento de gás à Europa. A Rússia é o principal fornecedor de gás da Europa e a maior parte do fluxo passa através da Ucrânia.

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