Especialistas de saúde reunidos em Genebra com a OMS consideraram hoje que o uso do “plasma convalescente”, a parte do sangue que contém os anticorpos que ajudam a combater infeção, é uma “alternativa possível” para combater o Ébola.

Desde quinta-feira, a OMS e 150 especialistas de diferentes ramos da medicina e ética discutem oito propostas de tratamentos e duas vacinas contra o Ébola, uma delas já testada com “resultados promissores” em dois profissionais da saúde na Libéria.

No final do encontro de dois dias, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que o objetivo da organização é controlar o Ébola “entre seis a nove meses”. O mais recente balanço hoje divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) dá conta de que o vírus do Ébola já matou mais de 2000 pessoas e registou 3.500 casos de infeção confirmados na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, Senegal e Nigéria.

Falando aos jornalistas no final do encontro, a diretora geral adjunta da OMS, Mary Paule Kieny, disse que os testes sobre a segurança desses potenciais tratamentos terão lugar em novembro deste ano, e, em seguida, vai fazer-se tudo o que for preciso para que os países mais afetados tenham acesso às drogas “o mais rapidamente possível”.

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Na lista dos medicamentos discutidos na reunião da OMS consta uma droga experimental denominada ZMapp, cujos testes deram resultados promissores na cura de macacos infetados até cinco dias depois de contraírem o vírus do Ébola.

O medicamento ainda não foi confirmado em humanos, apesar de não ter havido problemas relatados em tratamentos a dois médicos e a uma enfermeira que contraíram o vírus em Serra Leoa e Libéria. Pesquisas anteriores já haviam sugerido o uso do “plasma convalescente” como alternativa ao combate à epidemia que se manifesta por hemorragias, vómitos e diarreias.

Além de avaliar a eficácia destes medicamentos, o encontro pretendia igualmente discutir as mais recentes pesquisas sobre o Ébola, bem como os desafios ligados às questões éticas, legais e regulamentares. A propósito, a diretora geral adjunta da OMS afirmou que a reunião decidiu que, caso os testes de novembro sejam aprovados, os trabalhadores de saúde serão os primeiros a receber o tratamento, tal como recomendou o Comitê de Ética da OMS há algumas semanas.