O primeiro-ministro e líder do PSD anunciou este domingo que ainda em setembro o partido irá aprovar a sua estratégia em matéria de natalidade, ressalvando que não se pode confundir política de natalidade com política fiscal.

“Não confundam política de natalidade com uma política fiscal, porque não é a mesma coisa. Pode haver aspetos de fiscalidade que sejam importantes para uma política de natalidade, mas não resumam uma política de natalidade à política fiscal”, afirmou Pedro Passos Coelho, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, que decorreu ao longo da semana em Castelo de Vide.

Prometendo que o partido irá apresentar ainda em setembro a sua estratégia para a natalidade, que terá por base o estudo coordenado por Joaquim Azevedo (um dos ‘professores’ que passou pela Universidade de Verão), o primeiro-ministro sublinhou que o objetivo não é colocar o Estado a dizer que as pessoas têm de ter mais filhos, mas ter políticas públicas que removam os entraves aos casais que querem ter filhos.

Passos Coelho, que antes tinha sido desafiado pelo presidente da JSD, Hugo Soares, para “agir” e adotar antes do final da legislatura medidas de incentivo à natalidade, respondeu depois ao outro repto do líder dos ‘jotas’ sobre o ‘crescimento verde’.

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Também em relação a esta matéria, Passos Coelho prometeu novidades para breve, adiantando que o Governo deverá brevemente “aprovar a sua estratégia para o ‘crescimento verde’ que incluirá também a ‘fiscalidade verde'”.

Explicando que a ‘fiscalidade verde’ não pode ser vista desinserida de toda a política fiscal, o primeiro ministro assegurou que o “objetivo não é trazer mais encargos para as empresas e para as pessoas, é distribuir de forma diferente para promover as soluções que são sustentáveis”.

No seu discurso, de pouco mais de uma hora, o primeiro-ministro aproveitou ainda para fazer um balanço da legislatura, lembrando as reformas que têm sido implementadas, como a recente reforma do mapa judiciário, as reformas na saúde, na educação e na administração pública.

Os ‘recados’ à oposição também fizeram parte do ‘guião’ da intervenção, com Passos Coelho a criticar aqueles que querem “regressar à irresponsabilidade”.

“Quando ouço alguns daqueles que se propõem ser governantes do futuro dizer que o que precisamos é do regresso à política séria, à política pura, apetece-me dizer isso felizmente foi o que tivemos nos últimos anos. O que eles gostariam talvez era de regressar à irresponsabilidade que nos conduziu ao desastre e à tragédia de 2011”, declarou.

A um ano das eleições legislativas, Passos Coelho deixou também a promessa de que o Governo não irá mudar de “registo”, passar a ser “eleitoralista” e “pensar que é mais importante agradar às pessoas para ganhar eleições do que preparar o futuro”.

“É preciso conhecerem-nos muito mal para dizerem que é isso que vai acontecer”, referiu, recusando deitar o esforço até agora feito para “o caixote do lixo”.