A auditoria forense à anterior gestão do Banco Espírito Santo, anunciada por Carlos Costa no início de agosto, só deve estar concluída na primeira quinzena de outubro – e não na próxima semana, como chegou a ser admitido depois do governador ter estimado em mês e meio o prazo da sua conclusão.
Esta auditoria forense tem como objetivo verificar os procedimentos da gestão, incluindo os últimos atos da gestão de Ricardo Salgado que o próprio Carlos Costa criticou duramente no dia em que anunciou a separação do BES entre o Novo Banco e o ‘bad bank’, falando de desrespeito pelas orientações dadas pelo Bando de Portugal. Esses atos de gestão foram, no entender do supervisor, determinantes para o buraco de 3,4 mil milhões de euros de prejuízo apontados nas contas do primeiro semestre do banco, e também – por sequência – à resolução do próprio BES.
Esta é, no entanto, apenas a primeira investigação de uma série de outras que o banco central tem ou terá em curso nas semanas que se seguem, apurou o Observador. Isto para além da também anunciada “due dillegence” para aferir a qualidade dos ativos (agora do Novo Banco) e permitir, depois, a sua venda. O supervisor quer começar as averiguações pelas frentes que tiveram maior impacto nas contas apuradas – mais do que a situação do Panamá, descrita ontem pelo Financial Times, são os casos como o da Eurofin que mais despertam a atenção do regulador.
Carlos Costa e os responsáveis pela supervisão no BdP têm, sobretudo, uma preocupação: evitar que tudo a investigação se arraste durante meses.
A auditoria forense será, por tudo isto, uma primeira peça importante, na medida em que dará argumentos para eventuais sanções ou contraordenações, mas também pistas para outras investigações. As que forem de índole criminal, a existirem, seguirão para o Ministério Público, que tem também vários inquéritos abertos.