O vice-presidente do PSD Marco António Costa elogiou este domingo a atuação do Banco de Portugal e do Governo, afirmando que “já lá vai” o tempo “em que as instituições varriam para debaixo da carpete os problemas”.

“O que se passou com uma das principais instituições financeiras portuguesas é algo de muito relevante, com enorme impacto na nossa economia e no nosso futuro. […] É que, contrariando muito das práticas antigas, o Banco de Portugal detetou o problema dentro das suas competências legais e enfrentou o problema. Não o meteu na gaveta, nem o varreu para debaixo da carpete”, declarou Marco António Costa, numa referência à situação no Grupo Espírito Santo, que levou à cisão do Banco Espírito Santo (BES).

O vice-presidente do PSD falava nas Capelas, ilha de São Miguel, nos Açores, no encerramento da primeira Universidade de verão do PSD e da JSD/Açores.

“Eu julgo que há muitas pessoas que ainda não perceberam que esse tempo do velho Portugal, em que as instituições de supervisão varriam para debaixo da carpete os problemas ou os metiam numa gaveta bem fundo, já lá vai. E, portanto, andou bem o Banco de Portugal naquilo que fez. Andou bem o Governo em apoiar o Banco de Portugal nas decisões que foram tomadas nos termos da lei e das competências legais”, disse Marco António Costa.

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Atuou de forma independente de todos os poderes em Portugal e, acima de tudo, de todas as pressões que no passado aconteciam nestas circunstâncias para se dar um jeitinho para aqui ou um jeitinho para ali”, acrescentou.

Marco António Costa frisou que este “é um novo tempo em que não haverá soluções de primeira, nem de segunda e que cada instituição responde pelas suas obrigações e atua dentro das suas competências não estando à espera que outros o façam, nem omitindo a sua ação em momentos relevantes quando lhes cabe atuar perante as circunstâncias que ocorrem”.

“E é por isso que nem o Governo se substitui à supervisão, nem sequer se intrometeu no espaço de competência própria da supervisão para surpresa de muitos que estavam habituados no passado a uma certa promiscuidade para estas realidades”, sustentou ainda.

O dirigente social-democrata voltou a criticar a postura da oposição, que disse ser “negativista”, que “convive mal com as boas notícias” e “tenta descredibilizar a ação” do Governo e referiu-se à nomeação do comissário europeu Carlos Moedas.

“Disseram que Portugal não tinha voz e tentaram criar a ideia de que seriamos colocados […] numa escolha de quinta categoria. A verdade é que o engenheiro Carlos Moedas terá à sua responsabilidade uma das pastas mais estratégicas para o futuro da Europa”, disse, indicando que ao comissário foi atribuída uma pasta “relevantíssima para o desenvolvimento de investigação e de inovação” com “80 mil milhões de euros”.

Frisando ainda que a oposição “não mostrou a mínima disponibilidade para colaborar no trabalho feito ao longo deste tempo, disse que também não terá “moral nas próximas eleições legislativas para vir dizer” que contribuiu “de alguma forma para a mudança que o país está a viver”.