É considerada uma sucessora das grandes divas do cinema italiano do século passado, ao estilo de Sophia Loren e Claudia Cardinale, e é um exemplo consensual de beleza. Depois de duas décadas a representar voluptuosidade e erotismo em Hollywood, Monica Bellucci entra na casa dos 50 anos sem perder a sensualidade que a caracteriza — anota a agência noticiosa EFE.
Monica, que nasceu em Città del Castello, na região italiana de Umbría, fez das curvas generosas e dos traços mediterrânicos a principal arma para ganhar protagonismo no grande ecrã e seduzir multidões. Nem mesmo o recente divórcio — separou-se publicamente do ator francês Vincent Cassel no ano passado, com quem estava casada desde 1999 — parece ter abalado a artista.
A carreira que já vai longa, depois de 20 anos no mundo do espetáculo, não dá sinais de abrandar. Além das revistas onde ganhou espaço de promoção, e das inúmeras campanhas publicitárias nas quais participou desde a década de 1980, leva na bagagem mais de 50 filmes. Contam-se ainda algumas nomeações e prémios internacionais, como a distinção italiana David de Donatello, a título de exemplo.
À semelhança de muitas estrelas (e caras bonitas), Monica não começou o percurso profissional no papel de atriz, mas como modelo — tinha 16 anos. Chegou a estudar Direito mas, diz o El Mundo, abdicou de uma carreira no mundo da lei em detrimento da moda. A fama internacional chegou com o contributo de publicações como Elle ou Vogue e a estreia na representação deu-se em 1990, com o filme televisivo Vita coi figli.
Um ano depois, Bellucci estava sob o comando do realizador italiano Francesco Laudadio, no filme La Riffa, sendo que a primeira produção internacional acontece em Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola. Diz ainda a EFE que a atriz gozou de popularidade mundial no polémico filme Irreversible.
Ao longo da carreira, garantiu versatilidade nos papéis desempenhados e na escolha de diferentes idiomas — é difícil de deixar passar a participação em A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, no qual fez de Maria Magdalena. Agora Bellucci está a trabalhar na película On the Milky Road, do diretor Emir Kusturica.
Além de atriz, é mãe de duas meninas, com quatro e dez anos, fruto da relação com Cassel. Mas a maternidade chegou tarde para Bellucci. Ao Daily Mail, a artista contou que até ser mãe, primeiro aos 39 e depois aos 45 anos, não se sentia preparada para algo capaz de mudar a sua vida por completo. “Acho que foi porque sou filha única. De certa forma, sempre me senti como uma criança”. As coisas mudaram depois do nascimento das filhas: “Sinto-me mais completa e elas ajudaram-me a crescer. De certa forma, ajudaram-me a escapar da minha infância, o que era uma prisão para mim”.
Esta terça-feira a italiana completa meio século de vida, mas garante que envelhecer, no sentido estético, não é preocupante. “Tento não preocupar-me com essas coisas. Tenho medo da morte porque tenho duas crianças e quero vê-las crescer. Não há nada que possa fazer em relação ao facto de estar a ficar mais velha, tenho de lidar com isso. Antes de ter filhos não pensava sobre a morte e não sentia que estava a envelhecer”, disse ao britânico Daily Mail.
Idade à parte, Bellucci consolidou-se enquanto a imagem de marcas conceituadas, como Dior ou Dolce & Gabbana, as quais que já levaram a figura da artista a vários cantos do globo.