São, muito provavelmente, o gato e o rato mais conhecidos do grande público. Mas se há quem os ame, há também quem considere que os episódios de Tom e Jerry têm conteúdos racistas e preconceituosos. De modo a evitar mais protestos por parte dos utilizadores, sites como a Amazon já disponibilizaram um alerta de que estes desenhos animados “podem expor alguns preconceitos étnicos e raciais que antes eram comuns na sociedade americana”. “Tais preconceitos eram errados antes e continuam a sê-lo hoje”, lê-se.

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A dupla Tom e Jerry viu a luz do dia pela primeira vez em 1940, nos estúdios da Metro-Goldwyn-Mayer. Criados por William Hanna e Joseph Barbera, e produzidos por Fred Quimby, a versão original destes desenhos animados durou até 1957, com as clássicas perseguições entre Tom e Jerry, os dois habitantes de quatro patas de uma típica casa nos subúrbios americanos.

A maioria das críticas foca-se nos episódios “Casanova Cat” e “Mouse Cleaning”, lançados em 1948 e 1951, respetivamente. No primeiro, Tom aparece vestido à cowboy e tenta conquistar uma gata com uma serenata, enquanto fuma um cigarro — um ato que já foi considerado pelos utilizadores como um incentivo ao tabagismo. No segundo episódio, Tom pinta a cara com carvão para enganar Mommy Two Shoes, a personagem negra, cujas pernas e sapatos são as únicas partes que, regra geral, são visíveis na maior parte dos episódios.

A decisão de emitir apenas um aviso não agradou aos utilizadores que exigiam a proibição da reprodução dos episódios no Amazon Prime Instant Video, o canal de streaming da empresa. Mas houve quem já saísse em defesa da Amazon. “Estamos a olhar para a história de trás para a frente, a julgar valores antigos através de valores contemporâneos”, explicou à BBC o professor de sociologia Frank Furedi, da Universidade de Kent, no Reino Unido.

 

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