O deputado socialista, Marcos Perestrello, quer que o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, esclareça, na comissão parlamentar de Defesa Nacional, em que moldes Portugal vai participar na coligação internacional contra o Estado Islâmico.

Marcos Perestrello não compreende a demora do ministro em revelar a estratégia de atuação portuguesa e o vazio de informação a que foi votado o tema. “É importante que o ministro da Defesa vá à comissão de defesa nacional explicar em que termos será feita a participação portuguesa no conflito”, porque, até ao momento, “nós [Partido Socialista] não sabemos de nada”, afirmou ao Observador o deputado.

Depois de, no dia 29 de agosto, o Governo ter anunciado que ia participar, em conjunto com os parceiros internacionais, na luta contra o grupo jihadista ISIS, a organização terrorista que está a espalhar o terror no Iraque e na Síria, a verdade é que Aguiar-Branco ainda não esclareceu como será prestado esse apoio, nem se serão enviados militares para a zona de conflito. O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, garantiu, a 30 de agosto, que Portugal não irá participar militarmente na guerra, mas o Governo não confirmou, nem desmentiu, essa posição.

Quando questionado sobre a posição do PS nesta questão, o coordenador socialista para os assuntos de Defesa Nacional, lembrou que “Portugal está inserido em organizações, nomeadamente na NATO, e, como tal, tem de respeitar os seus compromissos e os seus parceiros internacionais”. Ainda assim, Marcos Perestrello fez questão de avisar: “A participação portuguesa na coligação internacional deve ser ponderada com seriedade e calibrada em função da disponibilidade e capacidade do país”. Como tal, é imperioso que Aguiar-Branco leve o assunto à comissão de Defesa, insistiu.

O Governo espanhol aprovou há dias o envio para o Iraque de 300 militares que vão participar numa missão de formação, de entre sete e oito semanas, do Exército iraquiano.

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