Vítor Bento terá pedido a reforma do cargo que exercia no Banco de Portugal (BdP) a 4 de julho de 2014 para iniciar funções como presidente da comissão executiva do BES, mas o acordo que formalizaria a passagem à situação de reforma não chegou a ser assinado, revelou o Banco de Portugal esta quarta-feira à noite, em comunicado.

Na nota enviada às redações, a entidade liderada por Carlos Costa esclarece que Vítor Bento se manteve juridicamente na situação em que se encontrava antes no BdP, a da licença sem retribuição, por não ter assinado o acordo para a passagem para a reforma. Logo, “não gera qualquer incompatibilidade legal”, diz o BdP.

“O vínculo laboral existente entre o Banco de Portugal e Vítor Bento esteve, assim, suspenso até ao dia 17 de setembro, por motivo de licença sem retribuição, pelo que o exercício das funções de presidente da omissão executiva do BES e de presidente do Novo Banco, por parte de Vítor Bento, não incorreu em qualquer ilegalidade”, lê-se no comunicado.

O esclarecimento surge depois de o Diário de Notícias ter avançado que Vítor Bento não teria assinado os papéis para a reforma antecipada e que teria mantido um vínculo ao BdP enquanto esteve no BES. O Bloco de Esquerda apresentou, esta quarta-feira, no Parlamento, um requerimento, onde questionava Carlos Costa sobre a manutenção da ligação de Vítor Bento, enquanto presidente do BES, ao banco central, segundo a Lusa. O partido considerou a ligação uma “ilegalidade”.

“Quando aceitou, em julho, o lugar de presidente do conselho de administração do então BES, foi dito que a sua ligação ao Banco de Portugal (BdP) estava terminada. Ficámos hoje a saber que isso não aconteceu”, disse o coordenador do BE, João Semedo, nos Passos Perdidos do parlamento, referindo-se a uma notícia do Diário de Notícias de hoje.

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