França e Itália podem pedir flexibilização das metas, mas Angela Merkel não parece estar disposta a ceder. Perante o Bundestag, o Parlamento alemão, esta manhã, a chanceler disse que todos os países da União Europeia – e reforçou este todos – devem respeitar as regras do Tratado Orçamental, defendendo que a nova Comissão liderada por Juncker deve “manter estas regras de modo a defender a credibilidade europeia”. Uma declaração que aparece horas depois de o Governo português ter anunciado que só reduzirá em 0,1% o défice estrutural, violando uma norma essencial do Tratado.

“Casos com sucesso antecipado provam que escolhemos o caminho certo desde o início”, defendeu em Berlim, mencionado as saídas de Portugal, Irlanda e Espanha como bons exemplos, alertando, no entanto, que a crise não não acabou.

“Mas – e eu vou dizer isto uma e outra vez – ainda estamos longe do nosso objetivo”, disse a chanceler alemã.

Para Merkel as causas da crise ainda não foram “eliminadas”, especialmente no que diz respeito à configuração da união económica e monetária e à situação individual dos Estados-membros. Assim, a chanceler não cede nas metas orçamentais impostas, dizendo que está sim a pressionar e a esforça-se para concentrar os seus esforços no “crescimento sustentável, finanças públicas sólidas e criação de emprego”.

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Diálogo aberto com Moscovo

Este discurso acontece na véspera da cimeira União Europeia – Ásia, onde Angela Merkel se vai encontrar com Petro Poroshenko. A chanceler reconhece que a situação é “muito difícil”, mas diz ainda que as sanções contra a Rússia – que foram “necessárias” – não significam o fim do diálogo com Moscovo. Nesta mesma reunião, os líderes europeus vão reunir-se pela primeira vez com Vladimir Putin em meses.

“A situação na Ucrânia é intensa. Eu vou falar cara a cara com Putin e com Petro Poroshenko sobre maneiras de avançarmos construtivamente enquanto estiver Milão [cidade onde vai decorrer a cimeira]”, disse Merkel.