Em pouco mais de dois meses e meio, 11 aviões norte-americanos com suspeitas de infeção por ébola a bordo fizeram escala na base das Lajes, nos Açores. Os aviões eram aeronaves de Estado, ou seja, eram todos fretados pela administração norte-americana. Seis levavam doentes com ébola a bordo e os outros cinco transportavam equipas médicas que estiveram em África a tratar doentes com este vírus.

O destino destes aviões (o último aterrou em território português no final da semana passada) foi sempre os EUA, sendo que provinham de países como a Libéria, Serra Leoa ou Nigéria. As informações foram confirmadas ao Observador por fonte oficial da Força Aérea Portuguesa.

Em nenhuma das 11 ocorrências, desde dia 1 de agosto, foi preciso haver intervenção das equipas médicas portuguesas. Todos os aviões aterraram numa “área específica da pista das Lajes” e, no caso dos seis aviões que transportavam doentes com suspeita de ébola, nem sequer se abriram portas do avião, conforme manda o protocolo da Organização Mundial de Saúde. No caso dos outros cinco aviões, as portas puderam ser abertas e os passageiros dirigiram-se para uma “área específica” e “reduziram-se ao mínimo as interações” com o pessoal militar da base.

De acordo com as regras de aviação, as aeronaves que transportam pessoas com suspeitas de ébola têm que informar disso os aeroportos onde pretendem aterrar, no momento de fazer o pedido de autorização.

Tanto a base das Lajes, como o aeroporto da Portela, estão preparados para receber aviões que transportem doentes com suspeita de ébola. Por isso mesmo, no início deste mês o avião que transportava a norueguesa com suspeita de ébola foi impedido de aterrar na Madeira, sendo apresentadas como alternativas a base das Lajes ou o aeroporto de Lisboa. E porquê? É que apesar de a regra ser não abrir as portas dos aviões suspeitos durante o reabastecimento, têm de haver equipas preparadas para dar resposta caso haja algum contratempo e seja necessário prestar cuidados médicos ao doente que está no avião ou a algum tripulante.

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