Os Estados Unidos reconheceram e valorizaram a “contribuição significativa” de Cuba na luta contra o Ébola na África Ocidental, mas evitaram comentar a oferta de colaboração entre os dois países no combate à doença.

“Reconhecemos e apreciamos essa contribuição [de Cuba]”, disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf, em conferência de imprensa, acrescentando: “o facto de um país tão pequeno estar a fornecer tantos recursos, mais do que muitos outros países, é francamente uma contribuição significativa”.

O Presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou na segunda-feira que mais duas brigadas sanitárias partiriam esta terça-feira para a Libéria e Guiné-Conacri, para ajudar na luta contra o Ébola. Cuba já enviou para os países afetados 165 profissionais e pretende enviar mais quase 300.

No último sábado o líder cubano Fidel Castro escreveu num artigo que Cuba teria “prazer” em colaborar com os Estados Unidos na luta contra o Ébola, algo que oficialmente não mereceu comentários por parte dos norte-americanos, de relações cortadas com Cuba há mais de 50 anos.

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Marie Harf não afastou esse diálogo mas disse desconhecer se o Governo norte-americano está aberto à cooperação entre os dois países e pediu tempo para se informar.

A organização Agora Cuba, que defende uma maior flexibilidade nas relações entre os dois países, já criticou a “falta de clareza” da resposta do Departamento de Estado à oferta de Castro.

“Com o crescente medo do Ébola no país, os Estados Unidos serão muito míopes se não poem de lado as suas diferenças e aceitam Cuba como um aliado contra esta crise de saúde pública”, afirmou o diretor da Agora Cuba.