São italianos nove dos 25 bancos da zona euro que chumbaram nos testes de stress cujos resultados o Banco Central Europeu (BCE) publicou neste domingo. O exercício revelou uma insuficiência total de 24,6 mil milhões de euros. Este é soma de todas as insuficiências evidenciadas entre os 25 bancos que não cumpririam o rácio de capital mínimo de 5,5%, em 2016, no cenário económico adverso testado no exercício.

25 bancos da zona euro não cumpriram os rácios mínimos no cenário adverso testado pelo BCE. Entre os chumbos estão o italiano Monte dei Paschi di Siena, que revelou uma insuficiência de 2,1 mil milhões de euros, o espanhol Liberbank, o francês CRH (Caisse de Refinancement de l’Habitat) e os gregos Piraeus, National Bank of Greece e o Hellenic Bank.

Os nomes dos nove banco italianos que não passaram no teste de stress: Banca Popolare dell’Emilia Romagna, Banca Popolare di Sondrio, Credito Valtellinese, Banca Popolare di Vicenza, Banca Popolare di Milano, Banco Popolare, Veneto Banca, Banca Carige, Monte dei Paschi di Siena. Dos quase 25 mil milhões de euros em insuficiências identificadas, quase 10 mil milhões dizem respeito a bancos italianos.

O vice-governador do Banco de Itália diz que os resultados “não são inesperados” e que a avaliação do BCE terá um efeito “reconfortante” para a banca italiana. Citado pela agência Dow Jones, Fabio Panetta defende que o sistema bancário italiano está “sólido, de uma forma geral” e que é capaz de financiar a economia. O maior problema, diz o responsável, é o crédito malparado que existe no capital dos bancos italianos. E afirma-se “orgulhoso” de que os bancos italianos não tenham tido necessidade de recorrer a apoios estatais, como o que aconteceu em outros países europeus.

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O banco que teve o pior resultado, o Monte dei Paschi di Siena já contratou os serviços do Citi e do UBS para estudar as opções do banco para reforçar capitais do banco que é o mais antigo do mundo em atividade. Uma fusão com outra instituição é uma das possibilidades.

O BCE indicou, contudo, que 12 dos 25 bancos chumbados não deverão ter de tomar medidas adicionais para reforçar os balanços, tendo em conta o que já foi feito desde o início do ano. Nesse grupo, está o BCP.

“Esta avaliação aprofundada, sem precedentes, dos balanços dos maiores bancos dará um impulso à confiança pública no setor bancário”, notou Vítor Constâncio na conferência de imprensa, em Frankfurt, que começou meia hora depois da divulgação dos resultados dos testes de stress. O exercício “facilitará a concessão de crédito na Europa, o que estimulará o crescimento económico”, rematou.