Entre os Açores e o México. Nas últimas 24 horas, o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro protagonizaram um pingue pongue político. Depois de Passos Coelho ter pressionado Paulo Portas a avançar com a reforma de Estado, este respondeu que as “reformas importantes” a que aquele se referia já estão presentes no Orçamento do Estado para 2015.

Paulo Portas, que está no México numa visita oficial de três dias, foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações de do primeiro-ministro, segundo o qual “há outras reformas importantes que têm de andar e que terão de ter desenvolvimento”, nomeadamente ao nível da reforma do Estado.

Os jornalistas questionaram ainda o facto de Passos Coelho também ter dito hoje que falar de uma eventual coligação pré-eleitoral com o CDS-PP “vem completamente a destempo”, sendo a prioridade atual a reforma do Estado.

Contudo, aos jornalistas Paulo Portas apenas respondeu: “Elas [as reformas] estão presentes no Orçamento [do Estado]. Quando estou fora de Portugal a defender as empresas, as marcas e produtos, ou seja, a bandeira de Portugal, nunca faço comentários sobre política interna”.

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E reforçou ainda: “Estou aqui como vice-primeiro-ministro e não como líder partidário”.

Dentro do Governo, a responsabilidade pela coordenação da reforma do Estado foi atribuída ao vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP, Paulo Portas.

Passos Coelho disse que não vai introduzir a questão da coligação no debate político.

No sábado, Paulo Portas, líder democrata-cristão, tinha garantido que “não será pelo CDS-PP que se criarão dificuldades ou demoras” ao diálogo com o PSD “com vista ao futuro”, mas disse que não se deve ter pressa.

“Não será pelo CDS-PP que se criarão dificuldades ou demoras ao diálogo responsável entre os dois partidos com vista ao futuro. É o que chega e é o que basta. Sou eu que o digo e não é através de rumores, é com a minha cara e com a minha voz”, afirmou, na altura.