A Rioforte tinha um valor patrimonial negativo de 945 milhões de euros em meados de fevereiro e havia um “risco elevado” de a empresa do Grupo Espírito Santo não conseguir fazer duas operações de mercado que estavam planeadas para melhorar a situação de solvência. As conclusões constam de um relatório da PwC entregue ao Banco de Portugal em março, cerca de um mês antes de a Portugal Telecom aplicar 897 milhões de euros em papel comercial da Rioforte.

O Jornal de Negócios avança nesta sexta-feira que o Banco de Portugal foi alertado pela consultora PwC de que a Rioforte, a “holding” não financeira do Grupo Espírito Santo (GES), tinha um valor patrimonial negativo de 945 milhões de euros. Essa foi a conclusão do exercício transversal de revisão das imparidades dos créditos concedidos (ETRICC) ao Grupo Espírito Santo (GES), encomendado pelo Banco de Portugal à consultora. O relatório tem data de 14 de março, diz o jornal.

Foi cerca de um mês após essa data que a Portugal Telecom aplicou 897 milhões de euros em papel comercial (dívida de curto prazo) da Rioforte, instrumentos que não seriam reembolsados na maturidade, em julho.

No relatório citado pelo Jornal de Negócios, a PwC alertava, também, para o facto de os planos de negócios do GES assumirem “o pressuposto de que a dívida será refinanciada e os bancos, bem como outros detentores da dívida, continuarão a apoiar o grupo económico”. A dívida líquida do grupo ascendia a 5.712 milhões de euros em 2013, diz o jornal.

Além disso, nos planos estavam duas operações de mercado com o objetivo de melhorar a solvabilidade do grupo. A PwC estava apreensiva quando ao eventual sucesso dessas operações. “Consideramos que o risco de o grupo não conseguir concretizar esta operação é elevado”, dizia a consultora.

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