O ano em que a Polícia Judiciária começou a investigar a atribuição de Golden Visa foi o ano em que o número de vistos dourados aumentou a pique. E desde maio, altura em que a investigação a altos cargos da Administração Pública foi tornada pública, o número de autorizações mais que duplicou.
Os números são do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), cujo diretor geral foi esta quinta-feira detido com outros 10 suspeitos por crimes de corrupção, peculato, tráfico de influências e branqueamento de capitais. E dão conta de que, até final de outubro, tinham sido atribuídos 1279 vistos – em maio havia 400 atribuídos, como então noticiou o Observador. No período da investigação duplicou o número de vistos.
Mais, por esta altura do ano há também mais do dobro dos vistos atribuídos em 2013 (494).
Neste momento há um total de 1775 vistos atribuídos a estrangeiros que querem investir em Portugal, segundo o SEF: 1681 adquiriram uma propriedade, 91 por transferência de capital e três por terem criado uma empresa que garanta, pelo menos, 10 postos de trabalho.
A somar a este número, foram também atribuídas 2592 autorizações de residência a familiares destes investidores – 576 em 2013 e 2016 em 2014.
Quanto às nacionalidades, 80,5% são de nacionalidade chinesa (1429), segue-se a nacionalidade russa (58), a brasileira (55), sul africana (43) e Líbano (30). Todos eles investiram um total de 1076 milhões de euros – 104 milhões por transferência de capital e 972 milhões na compra de património imobiliário.