O presidente do CDS-PP destacou na sexta-feira a “inteligência” com que o grupo parlamentar do partido atuou em relação à proposta para o fim da suspensão das subvenções vitalícias a ex-políticos, admitindo que a sociedade a considerava “injusta”.
“Eu quero agradecer ao Grupo Parlamentar do CDS como líder do partido a firmeza e a inteligência com que atuou na questão das chamadas pensões vitalícias dos políticos”, afirmou Paulo Portas, num jantar comemorativo dos 40 anos do partido, em Pataias, concelho de Alcobaça.
O também vice-primeiro-ministro salientou que “essa proposta não era do Governo, não era da maioria, era do conselho de administração da Assembleia e o elemento do CDS nesse conselho de administração não a assinou e sabia o que estava a fazer quando não a assinou”.
“O nosso partido não votou a proposta da comissão e sabia o que estava a fazer quando não a votou”, reafirmou, acrescentando que ficaram “muito satisfeitos com a retirada da proposta que, evidentemente, era percebida na sociedade portuguesa como injusta”.
Para Paulo Portas, “uma sociedade que tem de superar desafios aceita fazer sacrifícios em nome do bem comum, mas não aceita os contrastes”. “Quando os sacrifícios são pedidos — e nós ainda temos um caminho para fazer – a política tem que ser entendida como um serviço e não como uma classe que se defende a si própria. E, por isso, eu acho que a gente do CDS na Assembleia da República andou bem em não assinar a proposta e em não a votar”, referiu.
O deputado social-democrata Couto dos Santos anunciou hoje que “em nome do bom senso” os proponentes retiraram a proposta para o fim da suspensão das subvenções vitalícias a antigos políticos. “Em nome do bom senso os proponentes da proposta 524-C pedem para que seja retirada”, disse o deputado social-democrata Couto dos Santos, logo no reinício dos trabalhos em plenário de discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2015.
O artigo em causa, uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado entregue pelos deputados Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS) tinha sido aprovada na quinta-feira à tarde na Comissão de Orçamento e Finanças, com os votos favoráveis do PSD e do PS e os votos contra do PCP e do BE.
O CDS, por seu lado, absteve-se. Contudo, a avocação do artigo para plenário do artigo requerida pelo BE obrigava à sua votação por todos os deputados e, caso tivesse acontecido, prevalecia sobre a votação em sede de comissão.