Ter Hillary Clinton a falar sobre a sua experiência nas lides da política pode ser uma mais-valia quando a plateia é composta por estudantes ávidos de conhecimento, mas também é caro. O Washington Post conseguiu perceber — ao invocar a Lei de Liberdade de Informação (Freedom of Information Act, em inglês) — o que é preciso para que a ex-Secretária de Estado norte-americana discurse num ambiente universitário. O jornal não encontrou uma, mas muitas respostas.
Por partes. Clinton e a sua equipa cobraram, para o efeito, 300.000 dólares, qualquer coisa como 240.000 euros. Trata-se de uma taxa especialmente aplicada às universidades, até porque foi essa a resposta que a UCLA recebeu quando perguntou se poderia obter um desconto. À falta de melhor, a proposta foi para a frente.
Mas a aventura de levar a mulher do ex-presidente dos Estados Unidos da América a participar na Luskin Lecture for Thought Leadership, que aconteceu em março deste ano, só agora estava a começar. Isto porque a equipa de Clinton fez um conjunto de exigências que, diz a Slate, deixaram os membros da organização da palestra ocupados até ao último instante.
https://twitter.com/NewsReddit/status/537974765127204866
Entre os pedidos, conta-se água à temperatura ambiente, chá e café — até aqui tudo bem –, mas também fatias de limão, computador, rato e scanner (o qual foi adquirido pela universidade para o efeito), cadeiras com duas almofadas longas e retangulares para as costas da ex-primeira dama (além de outras duas guardadas nos bastidores do evento), um teleponto e um pódio especial, visto que o que foi concebido de propósito foi rejeitado pelo staff da oradora convidada.
https://twitter.com/davidjones720/status/538331799890718720
Um exemplo claro de como as aparições de Clinton são medidas ao pormenor — e que segundo o WSJ levam alguns a ponderar se a política será capaz de levar a cabo uma campanha populista centrada nas dificuldades financeiras da classe média — foi o facto de ter pedido que a medalha que lhe estava destinada, a ser recebida no decorrer da iniciativa, fosse entregue numa caixa e não colocada à volta do pescoço, como pensado inicialmente. Foi ainda permitido filmar a participação de Clinton com o único propósito de que as imagens servissem de arquivo e um vídeo com a duração máxima de dois minutos pôde ser colocado no Youtube.
E outras exigências foram feitas?
- No palco: fatias de limão, água à temperatura ambiente, uma garrafa de água morna / quente, copo de café e pires
- Computador, rato, impressora, scanner
- Pasta de grão de bico
- Cadeiras com duas almofadas longas e retângulares e duas almofadas extras para as costas nos bastidores, caso fosse necessário apoio de costas adicional
- Teleponto
- Um pódio especial — a equipa de Hillary rejeitou o pódio que foi criado de propósito para a ex-primeira dama
- Café
- Chá
- Água com e sem gás à temperatura ambiente
- Diet Ginger Ale
- Fruta cortada
- Prato de vegetais crus (Crudité)
UCLA paid Hillary Clinton $300K to speak. THEN it had to meet demands of her team. http://t.co/pHdWfHe33w #crudité pic.twitter.com/vC3FEx6cCY
— Jim Roberts (@nycjim) November 27, 2014
Escreve ainda o Wall Street Journal que, em 2012, coube ao antigo presidente Bill Clinton dar a palestra inaugural na mesma iniciativa. À data, cobrou 250.000 dólares (cerca de 200.000 euros), uma quantia significativamente menor do que a cobrada pela esposa, cuja carreira de oradora tende a ser, diz o jornal, “lucrativa”.