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Montanha de sedimentos em Marte formada como na Terra

Este artigo tem mais de 5 anos

Há muito que se estuda a possibilidade de ter existido água em Marte. Estudar as camadas do Monte Afiado em Marte poderá trazer mais respostas sobre o ambiente marciano passado.

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A erosão causada pela água das chuvas ou pelos glaciares vai moldando a superfície da Terra, escavando vales e arrastando e acumulando sedimentos. Assim tem acontecido no planeta azul e, aparentemente, o mesmo terá acontecido no planeta vermelho. Segundo os dados recolhidos pelo veículo de exploração marciana Curiosity, o Monte Afiado (Mount Sharp), em Marte, terá sido criado pela deposição de sedimentos num lago ao longo de dezenas de milhões de anos, conforme comunicou a agência espacial norte-americana (NASA).

Ter um monte com cinco quilómetros de altura no meio de uma cratera de 145 quilómetros de diâmetro há muito que intriga os cientistas. As camadas sobrepostas que compõem o monte poderão ter tido origem em sedimentos depositados no lago, arrastados pelo rio ou transportados pelo vento, evidenciando a possibilidade de que a cratera Gale, onde o Monte Afiado se encontra, se tenha enchido de água e secado varias vezes ao longo do tempo. A montanha foi, muito provavelmente, sendo moldada pela erosão depois da sedimentação. A missão do Curiosity é analisar os componentes de cada uma destas camadas para perceber a que tipo de ambiente estiveram sujeitas.

Para ver a cratera Gale com e sem água mova o cursor – NASA/JPL-Caltech/ESA/DLR/FU Berlin/MSSS

“O mais fantástico em ter um lago que ocorre repetidamente, uma e outra vez, é que sempre que volta a encher se trata de uma nova experiência para explicar como o ambiente funciona”, disse em comunicado John Grotzinger, cientista no Instituto de Tecnologia de Pasadena, na Califórnia (Estados Unidos). “À medida que o Curiosity for subindo o Monte Afiado, vamos ter uma série de experiências que mostrarão os padrões de interação entre a atmosfera, a água e os sedimentos. Podemos ver como as características químicas mudaram nos lagos ao longo do tempo.” As camadas são grandes o suficiente para acreditar que os processos levaram vários milhares de anos.

Observações anteriores já haviam mostrado a possibilidade de ter existido água no planeta. Falta agora perceber o que criou condições quentes o suficiente para a manter no estado líquido. A missão do Curiosity é perceber se existiram em Marte ambientes potencialmente habitáveis e que grandes alterações ocorreram na superfície do planeta ao longo dos últimos milhões de anos. A exploração do veículo serve também para preparar a chegada do homem ao planeta vermelho prevista para 2030. Já na passada sexta-feira a cápsula Orion que se espera que leve o homem a Marte fez o primeiro voo de teste.

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