Dois últimos dias do ano, dois ativos da EDP (e a EDP Renováveis) que passaram para as mãos da China Three Gorges. São participações em empresas no Brasil e na Ásia, que “rendem” à EDP mais 206 milhões de euros, que se enquadram na parceria entre a EDP e o seu acionista de referência chinês.

A EDP anunciou após o fecho do mercado na terça-feira que vendeu à China Three Gorges (CTG) metade da sua participação na subsidiária EDP Ásia. A EDP Ásia é dona de 21,2% da CEM – Companhia de Eletricidade de Macau, uma empresa que tem, desde 1985, direito exclusivo na transmissão e distribuição de energia na Região Administrativa Especial de Macau. Para a EDP, a alienação significa um ganho direto de 94 milhões de euros, mas o preço acordado altera favoravelmente o valor a que a EDP contabiliza a metade com que vai permanecer. Assim, o ganho de capital com esta operação ascende a 110 milhões de euros em 2014, segundo a EDP.

“O negócio envolve uma pequena venda de um ativo não controlado (na totalidade) mas confirma que está a haver uma aceleração do ritmo de desinvestimentos” por parte da EDP, em benefício da China Three Gorges, assinalam os analistas do BPI em nota de análise. EDP e CTG têm uma meta de dois mil milhões de euros em vendas de ativos até maio de 2015, no âmbito do acordo de parceria celebrado em dezembro de 2011, altura em que a CTG passou a deter mais de um quinto do capital da elétrica portuguesa. Segundo o BPI, cerca de 1,4 mil milhões já terão sido cumpridos.

É que, além do negócio com a EDP Ásia, na véspera a EDP Renováveis passou para a CTG um ativo que até novembro estava no balanço da EDP: participações minoritárias em parques eólicos no Brasil. Na segunda-feira, a EDP Renováveis chegou a acordo com a CWEI-Brasil, controlada integralmente pela China Three Gorges, para a venda de 49% do capital de parques eólicos em operação e em desenvolvimento no Brasil.

“O âmbito da transação abrange 84 MW [megawatts] em operação, com uma idade média de quatro anos, bem como 237 MW em desenvolvimento, remunerados de acordo com os contratos celebrados a longo prazo para vender a eletricidade produzida por 20 anos”, precisa o comunicado da EDP Renováveis. O negócio foi avaliado em 112 milhões de euros.

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