A bolsa de Nova Iorque subiu 13,4% em 2012, disparou 29,6% em 2013 e, em 2014, voltou a ter um ano positivo: 11,4% no índice S&P 500. Foi, em grande parte, fruto da política expansionista da Reserva Federal, o banco central norte-americano que mantém as taxas de juro em zero desde 2008 e esteve até outubro a injetar liquidez na economia através de um programa de compra de dívida pública e privada. Agora, que a Reserva Federal se prepara para a primeira subida da taxa de juro, o famoso investidor Bill Gross, fundador da gestora Pimco, diz que “os bons tempos acabaram. Os mercados vão cair“.

“No final deste ano [de 2015], haverá muitos sinais negativos à frente dos retornos de muitas classes de ativos”, escreveu Bill Gross na sua nota anual de antevisão dos mercados, uma tradição que mantém desde os tempos da Pimco, uma das maiores gestoras do mundo e que Gross fundou com Mohammed El-Erian e que abandonou em 2014. “Os bons tempos acabaram”, é a mensagem principal de Bill Gross, de 70 anos, que entretanto passou a ser o rosto de um fundo de obrigações com 1.200 milhões de dólares sob gestão, o Janus Capital Unconstrained Bond Fund.

As ações internacionais estão a ter um início de ano pouco animador, e a bolsa de Nova Iorque afundou 1,8% na segunda-feira, com as “gigantes” do setor energético fortemente penalizadas pela quebra do preço do petróleo nos mercados. Esta terça-feira, o índice S&P 500 está a subir 0,4%, um índice que quase duplicou de valor nos últimos cinco anos.

Bolsa dos EUA quase duplicou em cinco anos

SPX Index (S&P 500 Index)  2015-01-06 15-37-26

O índice S&P 500, uma das referências para a bolsa dos EUA, quase duplicou (subiu 87%) nos últimos cinco anos. Bill Gross acredita que a tendência vai inverter-se. Fonte: Bloomberg

Bill Gross não sabe exatamente quando irá terminar o “bull market” (mercado com tendência de subida) mas o ponto de viragem acontecerá, provavelmente, ao longo deste ano. É por essa razão que o fundador da Pimco acredita que os investidores vão procurar refúgio em ativos menos arriscados, como as obrigações do Estado norte-americano e a dívida de empresas de grande dimensão.

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