O vulcão da ilha cabo-verdiana do Fogo, ativo há quase dois meses, aumentou nesta quarta-feira de intensidade, com fortes explosões e emissão de piroclástico, mas sem emissão de lavas, afirmou uma especialista da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV). Em declarações à Inforpress, Nadir Cardoso, que coordena a equipa da Uni-CV no processo de monitorização da erupção vulcânica, disse que quando a equipa se aproximou para fazer a medição de gazes, a atividade vulcânica aumentou de intensidade.
A responsável indicou que se registaram fortes explosões com emissão de piroclástico incandescente, cinzas vulcânicas e gases que formam uma coluna com cerca de 300 metros de altura e que se encaminha em direção ao pico eruptivo. Nadir Cardoso avançou, entretanto, que não se regista emissão de lavas, cujas “bocas” estão estacionárias há cerca de três semanas. Ainda assim, a especialista da universidade pública cabo-verdiana aconselhou as pessoas a não se aproximarem do pico eruptivo, uma vez que este ainda continua ativo.
Os especialistas cabo-verdianos estimam que a erupção vulcânica esteja na sua fase decrescente, mas ainda não fazem um prognóstico em relação ao seu fim. O vulcão do Fogo entrou em erupção a 23 de novembro do ano passado e os prejuízos estão avaliados em mais de 45 milhões de euros.
A erupção vulcânica consumiu duas localidades de Chã das Caldeiras (Portela e Bangaeira) e destruiu mais de 30 por cento dos 700 hectares de terra cultivável e várias infraestruturas, mas não provocou vítimas. Os cerca de 1.500 habitantes das duas povoações foram retirados de Chã das Caldeiras e grande parte deles está instalada em três centros de acolhimento no norte e no sul da ilha do Fogo.