O Estado Islâmico confirmou este domingo, numa rádio do grupo, que os seus membros executaram Haruna Yukawa, o segurança privado japonês que foi feito refém pelo movimento. No sábado, o SITE Intelligence Group, que monitoriza as atividades terroristas do EI, confirmou ter visto o vídeo em que Kenji Goto, o outro refém japonês, segura nas mãos uma fotografia do amigo, que parece ter sido decapitado. Há um som de fundo no qual se ouve Kenji Goto a implorar para que o grupo radical lhe poupe a vida, segundo o SITE.
“O Estado Islâmico cumpriu a sua ameaça e executou o refém japonês Haruna Yukawa depois de ter expirado o prazo estipulado para o pagamento do resgate”, disse o grupo radical na rádio Al-Bayan.
As autoridades japonesas estão a confirmar a veracidade do vídeo publicado nas redes sociais, mas não tardaram a condenar a execução. O primeiro-ministro japonês reuniu-se de emergência para debater a situação. Numa entrevista à televisão NHK, Shinzo Abe disse que a imagem do corpo de Yukawa parece “altamente autêntica” e condenou um ator de terror “escandaloso e inaceitável”. Além disso, declarou ser de máxima prioridade garantir a libertação de Kenji Goto, o jornalista de 47 anos. “Exijo que seja posto em liberdade são e salvo. O Governo japonês fará tudo o que estiver ao seu alcance para o conseguir”, disse.
No sábado, também o presidente dos EUA, Barack Obama, condenou a morte do refém.
Num vídeo publicado na internet no dia 20 de janeiro, o Estado Islâmico dava 72 horas para o governo japonês pagar um resgate de 200 milhões de dólares (cerca de 173 milhões de euros). A ameaça de morte dos cidadãos japoneses é um ato de retaliação pelo apoio prestado pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, à coligação internacional contra o EI, que concedeu, no dia 17 janeiro, uma ajuda não militar no mesmo valor de 200 milhões de dólares.
O governo japonês nunca disse que não pagaria o resgate e afirmou, segundo a Bloomberg, ter tentado contactar os raptores na sexta-feira sem sucesso. No sábado, a gravação onde aparece Kenji Goto revelou a alteração das exigências do EI, que pediu a libertação de Sajida al-Rishawi, uma mulher presa na Jordânia desde 2005 por uma tentativa de ataque suicida.