Todos os 26 talhos avaliados num estudo da Deco, divulgado esta segunda-feira, chumbaram na conservação, higiene e temperatura de venda da carne de vaca picada a granel, com 23 a adicionarem ao preparado sulfitos, aditivos proibidos por lei.

O estudo da associação de defesa do consumidor analisou amostras de carne picada vendida em talhos de rua, de mercados e de hipermercados e os resultados, já divulgados, serão publicados na edição de fevereiro da revista Deco Proteste.

Os talhos localizam-se na Grande Lisboa e Setúbal e no Grande Porto. Doze dos 26 estabelecimentos citados no teste já tinham sido visitados pela Deco em 2013 e chumbado nos mesmos parâmetros.

De acordo com o estudo, apenas três talhos – dois da cadeia Pingo Doce, em Lisboa e em Vila do Conde, e um do Intermarché, em Setúbal – vendiam carne picada sem sulfitos, aditivos proibidos neste tipo de preparado, mas que são usados para “restaurar a cor original da carne e dar a aparência de frescura”.

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No teste da Deco, todos os talhos avaliados reprovaram nos parâmetros de higiene e conservação, bem como na temperatura de venda, que, para a carne picada, deve rondar os 2ºC. Todas as amostras tinham vestígios de outras carnes, incluindo de aves, na maioria dos casos.

Segundo o estudo, quase metade das amostras continha a bactéria patogénica “Listeria monocytogenes” e, no Grande Porto, 30% tinham “salmonella”.

Na Grande Lisboa e em Setúbal, a temperatura média de venda da carne picada era de 7,9ºC e, no Grande Porto, de 9,8ºC.

Face aos resultados do estudo, a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor aconselha a picar a carne em casa ou a escolher, no talho, uma peça de carne antes de pedir para picá-la.

A carne fresca “deve conservar-se, no máximo, a 7ºC”, alerta a Deco.