O Banco Central Irlandês (ICB) reviu em alta as previsões para a economia irlandesa este ano, prevendo que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 3,7% em 2015, mais três décimas que o estimado anteriormente.
No relatório trimestral, divulgado esta terça-feira, o ICB manteve quase inalterado, em 3,8%, o crescimento do PIB em 2016.
Segundo a análise do ICB, a expansão do PIB acima dos 3,5% em 2015 e em 2016 deverá traduzir-se na criação de até 75.000 novos postos de trabalho nos próximos 24 meses e fazer com que a taxa de desemprego passe respetivamente para 10,4% e 9,3%.
Mesmo assim, o ICB prevê que o Produto Nacional Bruto (PNB), que exclui as contribuições das multinacionais e que, para muitos especialistas, é um indicador mais fiável, cresça 3,3% em 2015 e 3,5% em 2016.
O ICB também sublinha que o crescimento da economia irlandesa passou a ser “equilibrado”, com fortes contribuições das exportações e da procura interna, depois de abandonar em dezembro de 2013 o resgate pedido três anos antes à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 85.000 milhões de euros.
Sobre isto, o ICB assegura que não deteta a existência de riscos significativos a nível doméstico, apesar de ter advertido que as principais ameaças para a estabilidade da economia irlandesa são a crise da dívida grega e o conflito na Ucrânia.
Numa avaliação preliminar do PIB e do PNB verificados em 2014, o ICB indica que os “extraordinariamente fortes” índices de crescimento de 5,1% e de 3,9%, respetivamente, se deveram em parte a mudanças na contabilidade e à introdução de atividades ilegais como o tráfico de drogas e a prostituição.
Entre os setores da economia irlandesa mais castigados desde o início da crise em 2008, o ICB prevê que o da construção “continuará a crescer com solidez”, se bem que a expansão “será mais moderada” do que a verificada nos últimos dois anos.
O ICB prevê que a contribuição do setor da construção para o PIB e o PNB irlandeses em 2015 seja de 0,3% e de 0,2%, respetivamente.