O presidente do Parlamento Europeu declarou esta quarta-feira que a União Europeia vai dar ao primeiro-ministro da Grécia incentivos para aderir às suas obrigações do programa de ajuda, pois o Governo grego não pode renegar as suas obrigações.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, citado pela Bloomberg, vincou que, se o Governo grego renega as suas obrigações unilateralmente, os seus parceiros também não têm de cumprir a sua parte nos acordos e a ajuda financeira vai deixar de fluir para a Grécia, pelo que Alexis Tsipras não tem outra opção que não seja cumprir as obrigações gregas para com os seus parceiros europeus.

Martin Schulz declarou, no entanto, após uma reunião com o primeiro-ministro da Grécia, que este lhe pareceu disposto a “lutar pela cooperação europeia e não pela separação grega”.

Afirmando-se “bastante otimista” sobre as perspetivas de um acordo, relativo ao orçamento e à dívida, entre o novo Governo anti-austeridade grego e os seus credores europeus, Schulz acrescentou que Tsipras está a lutar pela Grécia mantendo-se aberto ao diálogo, sendo este “a base para compromissos e soluções construtivas”.

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De acordo a agência Bloomberg, no âmbito dos incentivos sugeridos, a União Europeia (UE) poderia assegurar que os gregos ricos que deslocaram os seus ativos para o estrangeiro passassem a pagar impostos na Grécia, bem como encontrar formas e meios de permitir o acesso do tesouro grego a contas na UE e em países com os quais a UE tem assinado tratados fiscais.

Também o novo primeiro-ministro grego, falando após uma reunião com os chefes da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu, em Bruxelas, disse estar “otimista” em como o seu país será capaz de chegar a um acordo com a UE sobre a dívida.

Numa notícia publicada no site da BBC lê-se que Tsipras disse que o seu país estava “disposto a trabalhar para encontrar um acordo mutuamente aceitável e um compromisso para um futuro comum”.

Segundo a mesma fonte, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, reuniu-se entretanto com o responsável do Banco Central Europeu, Mario Draghi, em Frankfurt, para convencê-lo de que os pagamentos da dívida da Grécia poderiam ficar associados ao desempenho da economia – quanto mais crescesse, mais juros a Grécia pagaria.

Todavia, horas depois dessa conversa, o BCE emitiu um comunicado dizendo que os bancos gregos já não podiam ter acesso ao crédito do BCE usando títulos do Governo grego ou obrigações garantidas pelo executivo.

O atual programa de empréstimos à Grécia termina no próximo dia 28, mas o novo Governo do Syriza já começou a reverter as medidas de austeridade.