Candidatos podem ser muitos e não se entenderem na visão que têm para o país e para o papel de Presidente da República, mas para já há um acordo à direita: outubro é o tempo de avançar, depois das eleições legislativas. Marcelo Rebelo de Sousa, possível candidato a Presidente da República, concordou com a decisão de Santana Lopes de deixar para depois das eleições legislativas uma decisão sobre se concorre ou não a Belém.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve durante toda a tarde desta sexta-feira a ouvir os partidos falarem de contas de campanhas eleitorais no Tribunal Constitucional, mas o tema, que não o entusiasma, não lhe deu gás para admitir se daqui a um ano está ou não a apresentar a contas da sua própria campanha. “Não tenho a mínima ideia [se vai estar a fazer contas à campanha]. É uma questão que não me preocupa minimamente. Em outubro, penso que quem estiver na liça pensará se sim ou não valerá a pena fazer contas à campanha presidencial. Antes de outubro não faz sentido”, respondeu à provocação dos jornalistas depois do colóquio no Constitucional sobre os dez anos da Entidade das Contas e dos Financiamentos Políticos (ECFP).

A alteração de timings de candidatura foi anunciada por Santana Lopes esta quarta-feira e a alteração de planos do outro social-democrata fez sorrir Marcelo Rebelo de Sousa. “Foi uma boa mudança. Sempre defendi que outubro era a altura indicada e penso que Pedro Santana Lopes pensou bem quando compreendeu que outubro era a altura adequada para depois das legislativas se perfilarem os candidatos presidenciais. Foi uma boa decisão”, repetiu. Aliás, lembra, é tão prematuro que apesar de se falarem de muitos nomes à esquerda e à direita ainda “nenhum deles deu sinal de avançar”.

Não diz se avança nem se quer, mas o certo é que tem os calendários bem decorados – lembrou que a entrega das candidaturas poderá ser até ao natal – e tem os possíveis candidatos bem controlados. Falou-se de Sampaio da Nóvoa, Carvalho da Silva, António Guterres e até de Maria de Belém e nenhum deles disse ser candidato a candidato, lembra aos jornalistas. E à direita a competição está debaixo de olho Santana “já veio reconhecer que outubro é o tempo adequado. Rui Rio veio reconhecer que não é o tempo adequado. Não faz sentido avançar para depois recuar”, vaticina.

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No xadrez estratégico presidencial que corre na cabeça do professor Marcelo, há muitas variáveis que correm um longo caminho entre Portugal, a Europa e até o mundo. É que há muito a acontecer e as candidaturas presidenciais deve ser a última coisa a ficar definida.

“Nesta altura é uma questão totalmente prematura. Estamos numa fase em que há coisas tão importantes para decidir ainda no país e na Europa com a Grécia e no mundo que mesmo em relação às legislativas ainda não há uma imagem clara de qual é o resultado final e qual o governo que há de sair, muito menos candidatos presidenciais”.

Também Santana Lopes deu como argumentos para o adiamento, a situação política europeia e internacional. Marcelo insiste na ideia dizendo mesmo que “as legislativas ainda estão antes do começo, António Costa ainda não avançou com as ideias, a coligação ainda não avançou com a coligação”.