O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, lamentou hoje a morte do historiador Manuel Lucena, considerando-o um “infatigável amigo da liberdade” em todos os momentos da história da “construção da democracia” portuguesa.
Numa nota enviada à agência Lusa sobre a morte de Manuel Lucena, no sábado, com 77 anos, vítima de doença súbita, o primeiro-ministro sublinha que para o historiador “a liberdade, assim como a construção de uma democracia europeia em Portugal, esteve sempre à frente das ortodoxias ideológicas e intelectuais”.
Ao expressar “sentidas condolências” à família e aos colegas e amigos do historiador, Passos Coelho refere ainda o “meticuloso investigador da realidade política e social” que foi o investigador, tanto da história do salazarismo, como da descolonização ou da atual Constituição.
Sublinha ainda o facto de Manuel Lucena ter “rejeitado” sempre protagonismos públicos ainda que tenha dado “sempre” um contributo cívico de forma “serena, ponderada e corajosa”.
“Há atos que nos definem como cidadãos. Manuel Lucena teve vários. O salazarismo encontrou nele sempre um opositor, desde os movimentos estudantis de Coimbra em 1962 até à revista ‘o Tempo e o Modo’, que ajudou a fundar”, lê-se a nota.
No documento, o primeiro-ministro refere ainda o facto de o historiador se ter recusado a cumprir o serviço militar na guerra colonial durante o regime de antes do 25 de Abril de 1974 tendo pago o preço de “um exílio prolongado”.
O corpo do historiador vai estar a partir das 17:00 de hoje na Basílica da Estrela, onde às 16:00 de segunda-feira será rezada uma missa de corpo presente. O funeral parte às 17:00 de segunda-feira da Basílica da Estrela para o crematório do cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.