Alan Greenspan, o antigo presidente do banco central norte-americano, acredita que é “uma questão de tempo” até que a Grécia abandone a união monetária europeia. “É o melhor para todos“, diz Alan Greenspan, que concorda “sem dúvida” com a posição que tem sido assumida pela Alemanha.
“Não creio que seja algo positivo para eles [os gregos] permanecer no euro. E, certamente, não creio que seja um fator positivo para o resto da zona euro”, afirma Alan Greenspan, que liderou a Reserva Federal dos EUA (Fed) entre 1987 e 2006. Em entrevista à rádio da britânica BBC, o histórico líder da Fed diz que “é uma questão de tempo até que todos reconheçam que a melhor estratégia é cada um seguir o seu caminho“.
Alan Greenspan diz que “a Grécia está numa situação em que necessita de mais empréstimos, caso contrário irá cair em incumprimento (default) e sairá da zona euro”. Este é um problema, diz o norte-americano, porque “nesta fase, não vejo ninguém com vontade de emprestar mais dinheiro à Grécia, depois de tantas deceções” ao longo dos últimos anos.
O entrevistador da BBC Radio perguntou a Alan Greenspan se concorda com a posição alemã, que tem sido marcada pela intransigência no que diz respeito a um perdão da dívida grega e a uma reformulação profunda do programa de ajustamento que tem vindo a ser aplicado no país. “Concordo, sem dúvida“, afirmou o histórico da Reserva Federal.
A posição assumida por Alan Greenspan, que tem hoje 88 anos de idade, contrasta com o que foi dito no início de fevereiro pelo Presidente dos EUA. Barack Obama defendeu menos austeridade e uma “estratégia de crescimento” para a Grécia, esperando que Atenas possa continuar a fazer parte da zona euro. “Não se pode continuar a apertar os países que estão numa depressão profunda. Em algum momento tem de haver uma estratégia de crescimento para que esses países possam pagar as suas dívidas e reduzir os seus défices”, afirmou Barack Obama numa entrevista à CNN.