O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, disse, num vídeo divulgado nesta segunda-feira, que o grupo radical islâmico vai vencer a força militar regional que o combate no nordeste da Nigéria, no Níger e nos Camarões. “A vossa aliança nada conseguirá. Juntem todas as vossas armas e enfrentem-nos. São bem-vindos”, declara Shekau num vídeo de 28 minutos divulgado juntamente com dois outros no ‘site’ YouTube.

Tropas do Chade, dos Camarões e do Níger estão a apoiar há vários dias o exército da Nigéria no combate ao grupo islamita nigeriano, cuja insurreição ameaça também já os países vizinhos. No segundo destes últimos vídeos, são mostradas imagens do líder do grupo radical Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, juntamente com imagens de arquivo com uma narração que recorda uma batalha entre soldados coloniais britânicos e combatentes do Califado de Sokoto no norte da Nigéria.

Não é a primeira vez que Shekau se refere a al-Baghdadi, mas agora parece estar a colocar o Boko Haram num contexto mais amplo da ‘jihad’ (guerra santa) ao mostrar o Califado de Sokoto, que foi desmantelado pelos britânicos no início do século XX. “Vamos combater o mundo inteiro, aplicando o princípio de que quem desobedece a Alá e ao profeta deve submeter-se, morrer ou tornar-se escravo”, declara o líder o Boko Haram.

A insurreição do Boko Haram na Nigéria, iniciada há seis anos, evoluiu para uma crise regional e, no sábado, a Nigéria, o Chade, o Níger, os Camarões e o Benin acordaram reunir 8.700 militares, polícias e civis para lutar contra os fundamentalistas. Num discurso de 28 minutos, em que fala em árabe e em haussa (a língua mais falada no norte da Nigéria), Shekau zomba daquela força multinacional, que anteriormente se previa que tivesse 7.500 homens. “Vão mandar 7.000 soldados? Isso é pouco. Porque é que não mandam 70 milhões. Vamos capturá-los um a um”, disse.

Os Estados Unidos estimam que o Boko Haram tenha entre 4.000 a 6.000 combatentes, embora estejam bem equipados depois de atacarem posições do exército da Nigéria. No domingo e hoje, o grupo radical atacou a cidade de Diffa, no sudeste do Níger, abrindo uma nova frente na ofensiva, após ataques nos Camarões.

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