A atriz Eunice Muñoz e o ator e encenador Luís Miguel Cintra vão ser distinguidos com o Prémio Carreira 2015 pela Academia Portuguesa de Cinema, anunciou hoje a entidade.

Num comunicado, a Academia sublinhou que a escolha visa homenagear os dois artistas, Eunice Muñoz, 86 anos, “uma das mais aclamadas atrizes portuguesas de todos os tempos”, e Luís Miguel Cintra, 65 anos, “um dos mais conceituados atores e encenadores portugueses”.

Criada em 2011, a Academia Portuguesa de Cinema, presidida pelo produtor Paulo Trancoso, é composta por mais de uma centena de membros, desde realizadores, atores, produtores e diretores de fotografia.

Lançados em 2012, os Prémios Sophia da Academia Portuguesa de Cinema visam distinguir os profissionais do cinema nacional pelos próprios pares, e incluem cerca de duas dezenas de categorias.

Os prémios carreira são habitualmente anunciados pela entidade antes do restante palmarés.

Eunice Muñoz, nascida em 1928, na Amareleja, Alentejo, numa família de atores amadores, estudou no Conservatório, estreando-se em 1941 no Teatro Nacional, em Lisboa, na peça “Vendaval”, de Virgínia Vitorino.

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Em 1946, estreou-se no cinema em “Camões”, de Leitão Ramos, interpretando o papel da fidalga Beatriz da Silva, estreia que lhe deu o prémio melhor atriz do SNI (Secretariado Nacional de Informação).

Fez teatro, cinema e televisão ao longo de uma carreira que completa 74 anos em 2015.

Entre outros, participou nos filmes “Um Homem do Ribatejo”, de Henrique Campos, “Os Vizinhos do Rés-do-Chão”, de Alejandro Perla, “A Morgadinha dos Canaviais”, de Caetano Bonucci e Amadeu Ferrari.

No teatro, destacou-se, entre outras peças, em “Adorável Mentiroso”, de Jerome Kilty, “Verão e Fumo”, de Tennessee Williams, e “Fedra”, de Racine.

Estreou-se em televisão em 1993, interpretando Dona Benta na telenovela “A Banqueira do Povo”, de Walter Avancini.

Em 2010, foi distinguida com a Grande-Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada, e em 2011 com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Por seu turno, Luís Miguel Cintra, nascido em 1949, em Madrid, estreou-se em 1967 num grupo de teatro amador, por ele fundado, e frequentou a Escola de Teatro Bristol Old Vic, através de uma bolsa de estudo no Reino Unido.

Com Jorge Silva Melo fundou o Teatro da Cornucópia em 1973, onde se afirmou como ator e encenador em diversas peças, fez crítica de teatro, dirigiu a Coleção de Teatro Seara Nova e a Coleção de Teatro.

É professor do Conservatório Nacional, declamador de poesia, e no cinema participou em muitos dos filmes de Manoel de Oliveira, como “Non ou a Vã Glória de Mandar” e “A Divina Comédia”, e, entre outros, “Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço”, “A Pousada das Chagas”, “Ninguém Duas Vezes”, “A Morte do Príncipe”, “Três Irmãos”, “Uno de Los Dos No Puede Estar Equivocado”, e “Daqui p’ra Frente”.

Em 1995, recebeu o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa por Melhor Interpretação em Cinema, em 1997 por Interpretação em Teatro, em 2005 foi distinguido com o Prémio da Universidade de Coimbra e o Prémio Pessoa.

Os Prémios Carreira 2015 da Academia Portuguesa de Cinema serão entregues na Gala dos Prémios Sofia 2015 que decorrerá no dia 02 de abril, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

Em 2014, os Prémios Carreira da Academia Portuguesa de Cinema foram atribuídos a José Fonseca e Costa (realizador), Eduardo Serra (diretor de fotografia) e Henrique Espírito Santo (ator e produtor).