Manuela Ferreira Leite não confirma nem nega se avança com a candidatura a Belém, dizendo apenas que encara o facto de o seu nome estar a ser considerado para o cargo de forma “lisonjeira”. A antiga ministra das Finanças não se alongou no tema das eleições presidenciais de 2016, mas disse que tem “pena” de não ver Portugal ao lado “daqueles que pugnam por outra situação”, em vez de ser instrumentalizado pela Alemanha.

No seu espaço de comentário semanal na TVI 24, Ferreira Leite disse, esta quinta-feira, que está habituada a que o seu nome seja usado para vários propósitos, afirmando que ser considerada para uma candidatura a Presidente da República é uma forma “lisonjeira” de o utilizar. Questionada de forma insistente sobre este tema, a antiga ministra das Finanças disse que ela gere as suas respostas, não pondo de lado, de forma explícita, uma possível corrida a Belém.

Manuela Ferreira Leite foi mais expansiva sobre a atual relação de Portugal com a Alemanha, dizendo que o país “está a ser instrumentalizado pela Alemanha para provar que o programa de ajuda é bom”. “Isso do ponto de vista do país não é nada gratificante, é uma ideia que me perturba”, assegurou, afirmando, mesmo, que não gostou de ver Maria Luís Albuquerque ao lado de Wolfgang Schäuble na quarta-feira em Berlim. A social-democrata comentou mesmo que tem “pena que Portugal não esteja ao lado daqueles que pugnam por outra situação” na Europa.

Sobre o exemplo que está a ser feito sobre o alegado sucesso de Portugal face à situação da Grécia, Manuela Ferreira Leite questionou se “isto” é um sucesso. “Sucesso é quando atingimos um objetivo que ambicionamos, isto é o objetivo que desejávamos? Não há nenhum país que consegue consolidação das contas públicas sem crescer, nenhum país cresce sem classe média. Nunca me poderia orgulhar nem considerar um sucesso um programa que lançou para a miséria muitas pessoas”, concluiu a antiga ministra.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR