Um tribunal egípcio condenou este sábado o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, a prisão perpétua pela morte de manifestantes em 2013 e confirmou as penas de morte para mais quatro pessoas.

A 30 de junho de 2013, à margem dos protestos maciços que antecederam a destituição do presidente islamita Mohamed Morsi pelo exército, grupos de manifestantes anti-Morsi atacaram as instalações da Irmandade Muçulmana no Cairo, envolvendo-se em confrontos com apoiantes do presidente que resultaram na morte de 12 pessoas.

Este sábado, o tribunal penal do Cairo condenou 14 pessoas a prisão perpétua por essas mortes.

Além de Badie, foram condenados vários dirigentes da organização, entre os quais o adjunto do líder Khairat al-Chater e o ex-presidente do parlamento Saad al-Katatni, e confirmou quatro penas de morte pronunciadas em dezembro.

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Considerados culpados de “homicídio”, “incitamento à morte” e “posse de armas e munições”, os condenados podem recorrer da sentença.

Mohamed Badie já tinha sido condenado à morte noutro processo pela violência de junho de 2013, mas esse julgamento vai ser repetido. O dirigente foi por outro lado condenado três vezes a penas de prisão perpétua noutros processos.

Após a deposição de Morsi, a 03 de julho de 2013, os apoiantes do presidente islamita foram alvo de uma violenta repressão pelas autoridades, que se saldou em 1.400 mortes.

O país, liderado pelo ex-chefe das Forças Armadas Abdel Fatah al-Sissi, é acusado de instrumentalizar a justiça, dada a prisão de milhares de membros e apoiantes da Irmandade Muçulmana e a condenação de centenas deles a pesadas penas em julgamentos coletivos.

A Irmandade Muçulmana foi declarada “organização terrorista” em 2013.