A justiça egípcia declarou hoje inconstitucional a lei eleitoral que regeria as próximas eleições legislativas, cuja primeira etapa estava marcada para 22 e 23 de março.

O artigo declarado inconstitucional pelo tribunal é o que estipula a dimensão dos círculos eleitorais e o número de lugares a atribuir a cada círculo, noticiou a agência oficial egípcia, Mena.

A campanha para as legislativas arrancou oficialmente no sábado e o tribunal irá agora decidir se a votação será adiada.

Pelo menos dois partidos, o salafista Al Nur e o nacionalista Al Wafd, adiaram o lançamento das respetivas campanhas eleitorais até que fosse conhecida a decisão do Tribunal.

Em 2012, o Tribunal Constitucional invalidou os resultados das eleições, alegando inconstitucionalidade de alguns artigos da lei eleitoral, e determinou a dissolução do parlamento, dominado pelos islamitas.

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Sem poder legislativo em funções, o presidente, Abdel Fatah Al-Sissi, eleito em maio de 2014, exerce o poder sem controlo parlamentar.

No domingo passado, a Comissão Eleitoral anunciou que 11 alianças e partidos políticos apresentaram listas de candidatos à câmara baixa do parlamento.

Também segundo a comissão, 4.836 pessoas apresentaram-se como independentes, os grandes protagonistas do próximo parlamento, onde 80% dos lugares estão reservados a candidaturas individuais.

O novo parlamento terá 567 deputados, em vez dos 600 que contava o anterior, 540 dos quais são eleitos por voto popular e os restantes 27 designados pelo presidente.

Dos 540 eleitos, 420 sairão de candidaturas individuais e apenas 120 de listas partidárias.