Os militares não vão perder dinheiro com a revisão de suplementos. A garantia foi dada esta segunda-feira pelo ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, em Viseu, comentando a notícia de que os chefes militares querem um novo suplemento que agregue todos os que existem atualmente.

O que está em causa é “a reavaliação dos suplementos que existem de modo a agregá-los de uma forma mais una”, disse o ministro, indo ao encontro da proposta das chefias militares.

“Não é estar a criar novos suplementos, é reestruturá-los, indo ao encontro dos objetivos que o Governo fixou. E, na lógica orçamental, ir ao encontro do que foram as afirmações de princípio, ou seja, não haver diminuição das remunerações e também no respeito orçamental que está definido para 2015”, referiu aos jornalistas.

Os suplementos remuneratórios das Forças Armadas, mas também da GNR e PSP são revistos de forma independente do resto da administração pública, uma vez que o Governo entende que as carreiras da Defesa e Administração Interna têm um “estatuto próprio”.

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Também o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas já tinha dito esta segunda-feira, no Funchal, que os responsáveis militares não propuseram ao Governo um novo suplemento remuneratório, mas apenas agregaram os existentes, tendo por base as especificidades das diversas especialidades.

“Não é um novo suplemento. De acordo com as orientações políticas, há uma redução do número dos suplementos que existiam”, disse o general Artur Pina Monteiro.

Segundo Aguiar-Branco, o regime dos suplementos será aprovado ao mesmo tempo do que o Estatuto dos Militares das Forças Armadas.

O ministro comentou também as afirmações feitas no sábado pelo ex-presidente da Associação Nacional de Sargentos, Lima Coelho, que o acusou de ser “habilidoso, mentiroso e cobarde” a propósito das conversações para a revisão do Estatuto dos Militares.

“Relativamente ao processo para a revisão do Estatuto dos Militares das Forças Armadas e para tudo o que foi feito na Reforma 2020, contribuiu quem quis contribuir”, afirmou Aguiar-Branco.

O governante acrescentou que “quem não quis contribuir, quem quis fazer política aproveitando as funções que exerce para outros objetivos que não os objetivos específicos que estão em causa, fê-lo”.

“Eu só posso desejar ao senhor sargento Lima Coelho, agora que deixou as suas funções, que tenha um futuro muito feliz”, acrescentou.