Afonso Reis Cabral foi a surpresa literária de 2014. Não apenas por ganhar, aos 24 anos, o Prémio Leya, mas sobretudo pelo impacto desse seu primeiro romance, O Meu Irmão. O júri, na altura, sublinhou que o livro, que trata um tema delicado – a relação entre dois irmãos, um deles com síndrome de Down – era uma obra onde “a realidade é trabalhada de uma forma objetiva e com a violência que estas situações humanas podem desenvolver, dando também um retrato social que evita tomadas de decisão fáceis, obrigando a um investimento numa leitura que nos confronta com a dificuldade de um mundo impiedoso”. A crítica adotaria um tom semelhante.

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Nascido em Lisboa em 1990, Afonso Reis Cabral começou a escrever poesia aos 9 anos (tem um livro, editado em 2005, que reúne os poemas que escreveu entre os 10 e os 15 anos, Condensação) e nunca mais deixou de fazer aquilo de que gostava. Para ele, conforme disse ao Público, “o natural é escrever”.

Cresceu no Porto, estudou no Colégio dos Cedros até ao 9º ano e depois na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, em 2008 foi o único português a concorrer ao 7th European Student Competition in Ancient Greek Language and Literature, tendo ficado em 8º lugar no entre 3532 concorrentes de 551 escolas europeias e mexicanas. Voltou a Lisboa para estudar Estudos Portugueses e Lusófonos na Universidade Nova e depois como a trabalhar como revisor e editor.

Agora aceitou um novo desafio: escrever uma crónica quinzenal para o Observador. Estreia-se hoje, com Planeta X.

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