O grupo extremista Boko Haram está a concentrar combatentes em Gwoza, no nordeste da Nigéria, e executou os moradores da cidade que não conseguiram fugir, disseram hoje testemunhas citadas pela agência de notícias francesa AFP.

Uma moradora que fugiu de Gwoza na terça-feira contou que os rebeldes do Boko Haram cercaram os homens mais velhos que estavam a estudar o Corão na porta da casa de um clérigo local.

Os homens foram executados em frente às suas esposas, segundo a testemunha, que está em Yola, capital do estado de Adamawa.

Alguns detalhes do relato desta testemunha foram confirmados por um senador da região, Ali Ndume, referindo ainda que há uma grande concentração de homens do grupo rebelde em Gwoza.

“Os membros do Boko Haram têm, nos últimos dias, convergido para Gwoza, onde mataram vários homens da localidade e perseguiram as mulheres e as crianças já fora da cidade”, disse Ndume.

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O grupo terrorista, liderado por Abubacar Shekau, proclamou em agosto um califado islâmico em Gwoza, cidade que foi tomada em junho e que fica no estado nigeriano de Borno.

A Nigéria, os Camarões, o Chade e o Níger lançaram em fevereiro uma ofensiva conjunta sem precedentes contra os rebeldes, recuperando cidades e aldeias que estavam sob controlo do Boko Haram.

Ndume especulou que os extremistas estariam a preparar-se para defender a cidade símbolo para o grupo, na perspetiva do avanço dos militares, nomeadamente de tropas chadianas que operam na área com a permissão da Nigéria.

A Nigéria está sob intensa pressão para mostrar progressos no combate ao Boko Haram antes de 28 de março, quando se realizam as eleições, previstas para fevereiro mas que foram adiadas por seis semanas para permitir aos militares pacificarem o nordeste do país.