A taxa de desemprego em França aumentou para 10,4% no quarto trimestre de 2014, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo gabinete oficial de estatísticas, o INSEE. O valor, que coloca o governo liderado por François Hollande sob pressão para avançar com mais reformas do mercado de trabalho, refere-se a França incluindo os departamentos ultramarinos, mas mesmo em França continental a taxa subiu uma décima para os 10% da população ativa, com mais 36 mil pessoas desempregadas do que no trimestre anterior. Preocupantes são, também, os dados sobre o desemprego jovem e sobre o subemprego que, segundo o mesmo relatório, atinge 6,5% da população empregada.

Havia mais desempregados em França no quarto trimestre de 2014, tanto quando se analisa os dados para França continental (metropolitana) como o indicador que inclui os departamentos ultramarinos. Na métropole, a taxa de desemprego aumentou de 9,9% no terceiro trimestre para 10%, o que reflete um aumento de 0,4 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano passado e iguala um máximo desde, pelo menos, 1998, ano desde o qual há registos comparáveis.

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Além da subida da taxa de desemprego entre a população ativa, o INSEE regista que, entre a população considerada não ativa, há 1,4 milhões de pessoas que gostariam de regressar ao mercado de trabalho mas que estão desencorajadas. Nesta metodologia, que segue os preceitos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), havia mais 78 mil pessoas nesta situação no final de 2014 do que no final de 2013.

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Os dados mostram, também, que a taxa de desemprego entre os jovens (até 24 anos) ronda os 23,7% (valor inalterado face ao trimestre anterior), ao passo que na faixa etária entre os 24 e 49 anos o desemprego é de 9,5% e entre as pessoas com mais de 50 anos a taxa de desemprego é de 6,8%.

Além disso, o INSEE estima que 6,5% das pessoas que são consideradas empregadas estão em situação de subemprego, isto é, a trabalhar em funções muito abaixo das qualificações ou num emprego a part-time quando gostariam de ter um emprego a tempo inteiro. Esta é uma situação que afeta 3,8% dos homens e 9,5% das mulheres, segundo os dados.

Os dados estão a redobrar a pressão sobre o governo liderado por François Hollande, numa altura em que França e, também, Itália estão a ser criticadas por alguns bancos de investimento e agências de rating por não estarem a fazer as reformas do mercado de trabalho que, na visão destes, seriam necessárias. Esta quinta-feira, Michel Sapin, o ministro das Finanças de França, prometeu que em abril irá apresentar à Comissão Europeia um plano mais detalhado de reformas, após as reuniões que tem havido com sindicatos e empresários.