Uma população reduzida em 15%, 10 milhões de pessoas forçadas a abandonar as suas casas e uma esperança média de vida em queda: de 76 para 56 anos. Este é o retrato, em números e estatísticas, da Síria, quatro anos depois do início da guerra civil, divulgado esta terça-feira num relatório produzido pelo Centro Sírio para a Investigação Política com o apoio da ONU.

“Ao mesmo tempo que destruiu as aspirações do povo sírio e a sua capacidade para construir e criar instituições que restaurem a segurança e o respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos, o conflito armado reduziu a riqueza do país”, pode ler-se no relatório “Syria: Alienation and Violence, Impact of the Syria Crisis Report”. Estima-se que o país tenha perdido 202,6 mil milhões de dólares desde o início do conflito, o que corresponde a uma redução do PIB de 383%.

Outros números refletem o impacto “catastrófico” do conflito, de acordo com o relatório. Quatro em cinco sírios vivem na pobreza, sendo que 30% da população se encontra agora em situações de pobreza extrema. No ranking de desenvolvimento humano, a Síria caiu 32,6%, aproximando-se do fundo da lista de 187 países. Está agora no 173º lugar.

A redução da população síria em 15% explica-se da seguinte forma: 3,33 milhões de sírios refugiaram-se noutros países, 1,55 milhões emigraram para encontrar trabalho e melhores condições de vida. No último ano, o número de mortes subiu para 210 mil. Cerca de 840 mil sírios ficaram feridos. Entre aqueles que ficaram no país há 6,8 milhões de desalojados.

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Há um indicador que revela o “desastre silencioso” que se vive no país. A esperança média de vida no país caiu de 75,9 anos em 2010 para 55,7 anos no final de 2014, uma redução de cerca de 27%.

O relatório diz ainda que os sistemas de educação e saúde estão em colapso. Metade das crianças em idade escolar já não frequenta as escolas.