O ministro brasileiro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou este domingo que a presidente Dilma Rousseff irá divulgar novas medidas contra a corrupção ainda esta semana e defendeu a reforma política no país. Tudo num dia em que o país conheceu uma das maiores manifestações de sempre exatamente contra a corrupção, num país a braços com o escândalo da Petrobras.

O governante falou numa conferência de imprensa realizada após uma série de protestos contra o governo de Rousseff que reuniram hoje cerca de dois milhões de pessoas em 135 cidades de todas as regiões do país, segundo estimativas da Polícia Militar.

Um novo pacote de medidas contra a corrupção era uma das promessas de campanha da atual presidente. Cardozo defendeu que a reforma política inclua uma proibição ao financiamento de campanhas por empresas, ação que gera desentendimentos com partidos da oposição.

O ministro da Justiça afirmou também que as suspeitas de corrupção serão investigadas e aqueles que forem considerados culpados, punidos. Cardozo realçou que as manifestações de hoje foram pacíficas e democráticas, típicas de um Estado democrático que rejeita alternativas golpistas.

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“Estamos abertos ao diálogo, seja de quem apoia, seja de quem critica o governo. A presidente governa para todos e o Governo está aberto a sugestões”, disse.

Também presente na conferência de imprensa, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, afirmou que as manifestações de hoje foram realizadas por setores da sociedade críticos ao Governo, que não votaram em Rousseff nas últimas eleições.

Rossetto realçou que as manifestações, favoráveis ou contrárias, são legítimas, ao contrário do “golpismo, da intolerância, do ‘impeachment’ infundado e da violência”.

A economia, segundo o ministro, terminou 2014 num patamar abaixo do que o Governo esperava e, por isso, serão realizadas medidas para retomar o ambiente de geração de renda e preservação de programas sociais. “Algumas dessas medidas provocam descontentamento em alguns setores da população, mas são necessárias”, disse.

Em alguns bairros de São Paulo, opositores ao Governo fizeram “panelaços” e ruídos com cornetas durante as declarações dos ministros divulgadas pela televisão.