Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças da Holanda e presidente do Eurogrupo, colocou nesta terça-feira a possibilidade de usar restrições ao movimento de capitais na Grécia com o objetivo de evitar a saída do país da zona euro. A Bloomberg assinala que se trata da primeira vez que um alto responsável da região da moeda única europeia fala nesta hipótese, que se destinaria a travar a fuga de capitais que tem afetado, nomeadamente, os bancos gregos, agravando os problema de liquidez que são enfrentados pela Grécia.

As declarações do líder do Eurogrupo foram feitas durante ma entrevista à BNR Nieuwsradio, que explicou que o congelamento de depósitos e a restrição dos movimentos de capitais, como sucedeu por alturas do resgate a Chipre, em 2013, poderiam ajudar a estabilizar o sistema financeiro grego e a permitir que a Grécia se mantivesse como membro da zona euro. Tudo isto evitaria a possibilidade de um novo resgate que recolhe, em geral, a relutância dos parceiros europeus de Atenas.

A solução levantada por Jeroen Dijsselbloem já mereceu a reação negativa do governo grego, liderado por Alexis Tsipras. Gabriel Sakellaridis, porta-voz das autoridades de Atenas, afirmou que “seria útil para todos” que o presidente do Eurogrupo “respeitasse o seu papel institucional na zona euro”. O responsável grego acrescentou não ser fácil entender “as razões que levaram” o ministro das Finanças holandês a fazer “declarações que não se adequam no papel que lhe foi confiado”. Trata-se de “cenários fantasiosos”, afirmou Sakellaridis, ao mesmo tempo que declarou que “a Grécia não se deixará chantagear”.

O governo grego começou a debater nesta tarde medidas para melhorar a sua situação em matéria de liquidez, já que tem de efetuar reembolsos de empréstimos no valor de dois mil milhões de euros até sexta-feira. Um dos pontos em discussão é a adoção de incentivos a contribuintes relapsos para pagarem aquilo que devem ao Estado grego até 27 de março, data em que, sublinhou a Bloomberg, está agendado o pagamento de salários da função pública e pensões de reforma.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR