Vários líderes europeus advertiram hoje, à entrada para o Conselho Europeu, em Bruxelas, que não são de esperar decisões na reunião sobre a Grécia prevista para o final da noite, à margem da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, que será uma das participantes no encontro – que juntará o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, o Presidente de França, François Hollande, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem -, disse à chegada que não espera qualquer solução hoje.
“Há vários assuntos importantes que serão discutidos, como a situação económica na zona euro, a Ucrânia (…) e a União para a Energia”, apontou a chanceler, enunciando os pontos previstos na agenda oficial do Conselho Europeu que decorre entre hoje e sexta-feira em Bruxelas.
Também o presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk – a quem Tsipras solicitou a organização do encontro sobre a Grécia à margem da agenda oficial – assegurou que “não vão ser tomadas decisões”, a começar pelo facto de se tratar de uma reunião informal.
“Li na imprensa que se trata da última oportunidade para a Grécia, mas não é o caso”, asseverou Tusk, precisando que o objetivo do encontro é “levar a cabo as consultas necessárias” para que as discussões decorram num contexto favorável, evitando “confrontos políticos”.
Após o primeiro dia de trabalhos do Conselho Europeu, que arrancou hoje a meio da tarde em Bruxelas, Tsipras vai reunir-se hoje à noite com vários responsáveis europeus e com os líderes da Alemanha e de França para discutir a situação do país.
Apesar de a reunião de dois dias do Conselho Europeu ter na agenda oficial a união energética, as perspetivas económicas e as relações externas, sobretudo o conflito no leste da Ucrânia, a situação da Grécia deverá dominar as atenções perante o aumento das dificuldades financeiras de Atenas e mesmo a sombra de uma saída do euro.
Portugal está representado no Conselho Europeu pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.