Membros da atual direção do PS liderada por António Costa e da anterior chefiada por António José Seguro manifestam divergências sobre a responsabilidade pela estratégia que conduziu à derrota eleitoral dos socialistas nas regionais da Madeira.

Na noite eleitoral de domingo, dia 29 de março, em que os socialistas madeirenses encabeçaram a coligação “Mudança”, que ficou em terceiro lugar com pouco mais de 11% dos votos, Porfírio Silva recusou fazer uma leitura nacional dos resultados, fazendo uma separação entre o significado de eleições regionais e nacionais. Uma posição que foi subscrita pelo secretário-geral do PS, António Costa, na segunda-feira dia 30 de março à noite, em Gaia, durante uma sessão no Clube dos Pensadores.

“O PS já ganhou nos Açores perdendo no país e já ganhou no país perdendo na Madeira. São eleições distintas”, sustentou António Costa. Membros da anterior direção, logo após a noite eleitoral, começaram por manifestar “surpresa” pelo facto de não ter sido António Costa a “dar a cara” pelo mau resultado dos socialistas madeirenses, tal como fizera António José Seguro, então líder deste partido, nas regionais de 2011.

Depois, na segunda-feira, na sua página de Facebook, António Galamba, membro do anterior Secretariado Nacional do PS, escreveu que depois de três vitórias eleitorais, Regionais dos Açores em 2012, Autárquicas em 2013 e Europeias em 2014, o seu partido “interrompeu um ciclo de vitórias”. “Infelizmente não houve nem visão nem empenhamento nacional para perceber que uma vitória do PSD na Madeira significava um balão de oxigénio para Pedro Passos Coelho e para Paulo Portas, para o seu governo e para a maioria PSD/CDS. Esperemos que seja efémero”, advertiu.

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Hoje, também na sua página do Facebook, Porfírio Silva, membro do atual Secretariado Nacional, disse ler “por aí que seguristas criticam a atual direção do PS pela derrota na Madeira”.

“Não acredito: só pode ser calúnia. Se foi a anterior direção do PS que montou a estratégia seguida nestas eleições na Madeira, certamente seria preciso muito descaramento para virem agora ex-membros dessa anterior direção sacudir a água do capote e alijar responsabilidades. É certo que a anterior direção do PS tinha o mau hábito político de não assumir toda a história do partido, mas não creio que algum dirigente responsável transporte para o presente essa atitude lamentável”, escreveu.

Porfírio Silva, usando a ironia, disse preferir atribuir “a comentadores” as críticas que têm sido feitas à atual direção do PS na sequência dos resultados alcançados pelos socialistas nas eleições regionais da Madeira. “Por isso, queridos comentadores, façam o favor de parar com essa maldade de atribuir a seguristas atitudes que, manifestamente, seriam contrárias à verticalidade política que sabemos ser a sua atitude”, referiu.